Açores têm uma das taxas mais elevadas de participação de jovens na atividade agrícola

O Diretor Regional da Agricultura destacou, no Funchal, que os Açores possuem uma das taxas mais elevadas de participação de jovens na atividade agrícola, adiantando que se instalaram 203 jovens agricultores no período 2007/2013, o que correspondeu a um prémio global de 7,4 milhões de euros.

José Élio Ventura acrescentou que, no atual quadro comunitário, designado ProRural+, já foram aprovadas 25 primeiras instalações, num total de 72 pedidos recebidos, o que assinala a entrada de mais jovens nesta atividade.

O Diretor Regional falava sexta-feira no encerramento do ciclo de conferências ‘Jovem Agricultor-Madeira 2016’, que abordou os paradigmas e os horizontes próximos do jovem agricultor português, numa iniciativa promovida pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP).

“Temos consciência de que não é fácil entrar nesta atividade, dado o volume de investimento que exige e os recursos em estrutura fundiária que muitas vezes requer”, afirmou José Élio Ventura, apesar das taxas de comparticipação financeira ao investimento serem aliciantes, podendo atingir 75% a fundo perdido, e com o prémio à instalação de jovens agricultores a variar entre 22 mil e 50 mil euros.

Para o Diretor Regional, “este é também um momento particularmente importante ao evidenciar o papel dos jovens empresários rurais, que são, com toda a certeza, o garante de um perpétuo contributo desta atividade para a criação de riqueza e para a dinamização do tecido económico”.

Na sua intervenção, assegurou que o Governo dos Açores “pretende continuar a estimular a entrada de jovens, criando um setor liderado por jovens dinâmicos, empreendedores, capazes de conjugar de modo rentável a imagem açoriana, a qualidade e a segurança dos produtos” dos Açores.

Os Açores especializaram-se na bovinicultura de leite, procurando também fomentar e consolidar outras fileiras, como a da carne, a dos produtos hortofrutícolas frescos, a das flores e a do vinho.

A produção de leite, em 2015, foi a mais alta de sempre, sendo cerca de cinco a seis vezes mais do que aquilo que os Açorianos necessitam para consumo próprio, representando cerca de 33% de todo o leite produzido no país, obtido em pouco mais de 2% do território nacional.

Apesar disso, o setor leiteiro açoriano atravessa uma conjuntura adversa ao nível do escoamento da comercialização, criada por decisões da União Europeia que, nesta matéria “tem de assumir as suas responsabilidades”, afirmou o Diretor Regional.

“A estratégia açoriana passa, entre outras medidas, pela consolidação da Marca Açores e pelo estatuto de Açores – Região de Excelência, que se funda na sustentabilidade ambiental, económica e social do setor agrícola, florestal e agroalimentar, no âmbito de uma Estratégia de Criação de Valor assente na qualificação e na diversificação”, frisou.

GaCS/RL Açores