
O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, lamentou, esta sexta-feira, que os Governos da Região e da República, bem como outras entidades como as autarquias de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, tenham assumido sempre “uma posição minimalista” em relação à questão da Base das Lajes e que agora, mais uma vez, se pratique “a política do bombeiro”.
No Parlamento Açoriano, no âmbito do debate de uma iniciativa subscrita por todos os partidos defendendo a criação de um plano de emergência que minimize os efeitos da redução de pessoal civil ao serviço das forças militares norte-americanas nas Base das Lajes, Artur Lima lembrou que a intenção dos EUA em reduzir custos e encargos, fechando bases militares nos Estados Unidos e na Europa, e reduzindo a sua presença noutras, “não começou a desenhar-se agora e já vem sendo anunciado há muito tempo”.
Assim, critica, “o Governo Regional socialista sempre assumiu uma posição minimalista pedindo responsabilidades à República; a República colocou os interesses dos militares e do Ministério da Defesa à frente dos interesses dos Açores e dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes; os autarcas socialistas de Angra e Praia chegaram ao ponto de impedir a implementação de um verdadeiro plano de descontaminação dos solos e aquíferos da ilha, de milhões de euros e que criaria muitos postos de trabalho, para agora virem quase declarar guerra aos EUA”.
Para os populares açorianos o grave problema agora é o facto de “não existir um plano B” dado que os Governos Regional e da República “nunca se empenharam o suficiente com os assuntos da Base das Lajes e com os problemas dos seus trabalhadores”. Artur Lima lembrou que, “já em 2012”, quando foi confirmada a intenção de redução de custos nas bases militares por parte da administração Obama, o CDS-PP disse: “a Base das Lajes é um activo geoestratégico importantíssimo que tem que ser pensado numa perspectiva de longo prazo e de futuro, pelo que não pode continuar a vingar a política do bombeiro como temos assistido até hoje”. Relativamente à actuação das entidades competentes nesta matéria, respectivamente os Governos da República e da Região, Artur Lima não tem dúvidas: “têm que se coordenadar e empenhar na defesa do activo geoestratégico Base das Lajes, incluindo os postos de trabalho, e procurar, naturalmente numa perspectiva de futuro, garantir um contingente mínimo de trabalhadores portugueses que se possa manter e que não seja alterável”.
Agora, frisa o Líder da Bancada democrata-cristã, “casa roubada, trancas à porta”. Artur Lima reforçou “a disponibilidade total” do seu partido para se encontrarem “as melhores soluções” para a situação social e económica que se gerará com esta decisão americana, mas, advertiu, “não apagando a história”.
É que, para o CDS-PP, os Açores “sempre desvalorizaram” o assunto, não só no processo de descontaminação, mas na menorização da representação açoriana na Comissão Bilateral Permanente de Acompanhamento do Acordo da Base das Lajes (por um adjunto de um membro do Governo), assim como também aceitando as pretensões americanas de rever o acordo laboral acabando com o inquérito salarial, ou através da autorização de construção de habitação dentro da base acabando com o mercado de arrendamento, ou pela autorização que se deu para que os americanos contratassem empresas de prestação de serviços em vez de manterem os postos de trabalhos dentro da Base, entre outros exemplos.
GI CDS-PP Açores/RL Açores