CDS-PP repudia “bairrismos serôdios e mesquinhos” no que diz respeito a situação das Lajes

A Comissão Política da Ilha Terceira do CDS-PP repudiou, esta quinta-feira, as manifestações “de bairrismo serôdio e mesquinho” que têm vindo a público “pela voz de diferentes agentes sociais e económicos” de outras ilhas, na sequência da apresentação do Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira, apontando culpas ao fracasso do desenvolvimento autonómico aos Governos Regionais, em particular os socialistas, que “sucumbiram aos interesses instalados pela oligarquia de Ponta Delgada”.

Em comunicado, a estrutura partidária do CDS-PP insiste que “o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira, apresentado pelo Governo Regional para supostamente mitigar os impactos da redução de efetivos militares e civis na Base das Lajes, não é a solução desejável para o desenvolvimento da ilha, antes uma ilusão criada pelo Governo socialista para disfarçar a falta de investimentos públicos estruturais nas últimas décadas”, repudia bairrismos e manifesta solidariedade ao Povo de São Miguel.

“As medidas previstas naquele Plano, no que ao Orçamento Regional dizem respeito, são tardias e não promovem o desenvolvimento da ilha Terceira, para além de que as medidas que estão previstas e que podem contribuir para esse desenvolvimento são imputadas à responsabilidade das autoridades norte-americanas, não sendo, porém, suficientes sequer para limpar só o passivo ambiental que os americanos cá deixaram”, lê-se no texto dos populares que acentuam que “a situação atual da ilha Terceira, infelizmente à imagem e semelhança do que se regista em todas as outras ilhas (inclusivamente São Miguel, com exceção a Ponta Delgada) deve-se às políticas de desenvolvimento que tem vindo a ser implementadas pelos sucessivos governos regionais, com particular intensidade e responsabilidade para os governos socialistas, que nunca descentralizaram nem promoveram o desenvolvimento sustentável de cada uma das ilhas, antes pelo contrário: o PS especializou-se na política centralista e é acérrimo defensor da teoria da locomotiva que haveria de puxar todas as ilhas, mas que os factos comprovam hoje ter falhado absolutamente”.

O CDS-PP frisa que “a Autonomia dos Açores, se existe tal qual a conhecemos, em grande parte se fica a dever à presença militar americana na Ilha Terceira, nomeadamente devido aos milhões que foram entregues à Região pelos americanos (como contrapartidas financeiras) e que contribuíram, durante quase duas décadas, com cerca de 40% da receita do Orçamento Regional, beneficiando tudo e todos sem olhar a quem”, reforçando que “o Povo Terceirense foi solidário com todas as outras ilhas e não reivindicou para si as receitas que ajudaram a desenvolver as restantes parcelas do arquipélago, mormente na infraestruturação básica de serviços essenciais. Aliás, os Terceirenses foram solidários ao ponto de acolher e integrar emigrantes oriundos de outras ilhas dos Açores”.

Por esse facto em particular a Comissão Política da Ilha Terceira do CDS-PP “repudia as manifestações de bairrismo serôdio e mesquinho que têm vindo a público pela voz de diferentes agentes sociais e económicos de outras ilhas”, manifestando, por outro lado, “para com o Povo dessas ilhas a sua total solidariedade, em particular para com o Povo da ilha de São Miguel que tem sido vítima de graves desigualdades sociais, até hoje nunca resolvidas, porque os milhões e milhões de euros de ajuda dos fundos comunitários (e não só) estão direcionados e têm sido totalmente sugados por um restrito grupo de oligarcas de Ponta Delgada… Infelizmente, não chegaram ao Povo”.

A estrutura partidária democrata-cristã aponta responsabilidades pelo falhanço autonómico às governações que “sucumbiram” ao “restrito grupo de oligarcas de Ponta Delgada”, salientando que “lamentavelmente, devido às práticas governativas adotadas, a Autonomia só tem agravado os problemas sociais e económicos das ilhas, especialmente de São Miguel, porque as governações têm sucumbido aos interesses instalados pela oligarquia de Ponta Delgada, que nunca permitiu que se fizesse uma distribuição justa e digna da riqueza por todos os concelhos da ilha de São Miguel”.

Assim, em conclusão, lê-se no comunicado que “a Comissão Política da Ilha Terceira do CDS-PP não tem dúvidas que o Povo da ilha Terceira saberá lutar pelo desenvolvimento da sua ilha e colocá-lo, como sempre o fez ao serviço do desenvolvimento de toda a Região, aliás, e ao contrário de outros, como a própria história do processo de reconstrução do sismo de 1980 o comprova”.

GI CDS-PP Açores/RL Açores