Marcas deixadas pelas experiências vividas no Ultramar e recordações de tempos longínquos: foi assim o Convívio anual dos Ex-combatentes de S.Jorge (c/áudio)

Foram mais de 70 os ex-combatentes que se juntaram este sábado em São Jorge, um convívio que se realiza anualmente e que pretende juntar, para além de ex-combatentes, amigos que se bateram juntos pela mesma causa e que juntos viveram momentos marcantes da sua vida. Como habitual houve ainda lugar a uma homenagem aos combatentes naturais de São Jorge falecidos na guerra colonial.

Este ano a cerimónia começou junto ao memorial construído em homenagem aos combatentes naturais de São Jorge que perderam a vida durante a guerra.

Um momento repleto de simbolismo, com o hastear da bandeira, a entrega de flores e uma oração em memória daqueles que não regressaram a casa, considerado o momento alto deste evento.

Para Clímaco Ferreira da Cunha, o memorial recorda não apenas aqueles que partiram mas todos os combatentes e todas as famílias.

A vontade de regressar à ilha, as saudades, as emoções vividas durante a guerra ou o difícil contacto com as famílias foram momentos marcantes e, ainda hoje, a emoção está estampada no rosto de ex-combatentes como Clímaco da Cunha.

Também Manuel Brasil serviu no Ultramar e ainda hoje recorda muitos momentos.

Já a Comissão organizadora que é renovada anualmente destaca o sucesso do evento este ano. António Laureno era um dos membros da Comissão.

Também Rafaela Aguiar, esposa de um ex-combatente também pertencente à organização, espera que a tradição não se perca e que se continue a prestar homenagem aos ex-combatentes de São Jorge.

Entre 1961 e 1974 foram muitos os que partiram para a guerra oriundos de São Jorge, dez foram aqueles que não voltaram com vida, mas que desde 2014 têm o seu nome num memorial que pretende homenageá-los não só a eles mas a todos os combatentes da guerra e às suas famílias.

Liliana Andrade/RL Açores