Os Açores foram a única região do país a resistir à crise sem necessitar de resgate, afirma Sérgio Ávila

O Vice-Presidente do Governo afirmou esta terça-feira, na Horta, que os Açores foram a única região do país a enfrentar e a resistir à “maior crise financeira dos últimos 70 anos que varreu a Europa” sem necessitar de resgate, nem alterar as suas políticas de apoio social e de dinamização da economia.

Sérgio Ávila, numa intervenção na Assembleia Legislativa sobre a Conta da Região de 2014, sublinhou ter ficado demonstrado ser “possível manter as contas públicas saudáveis sem fazer tábua rasa das políticas de apoio social, de apoio ao rendimento das famílias e das empresas e de manutenção, e mesmo reforço, dos níveis de investimento público”.

O Vice-Presidente considerou ainda mais importante o facto de os Açores terem alcançado esse resultado mantendo “uma trajetória de desenvolvimento sem onerar as gerações futuras, garantindo que em cada ano sejam disponibilizados e executados os recursos que permitem aumentar os apoios às famílias e às empresas açorianas”.

Sérgio Ávila frisou que 2014 foi o ano “em que se iniciou a trajetória de recuperação económica dos Açores, a qual se consolidou em 2015”.

Na sua intervenção, recordou que, desde 2013, os Açores “deixaram de ter qualquer impacto percentual no défice do país”, salientando que isso “deve orgulhar todos os Açorianos que gostam da sua terra e a defendem”.

Nesse sentido, lembrou que o défice da Região evoluiu de três por cento do PIB regional em 2010 para 0,2 por cento em 2014.

Para Sérgio Ávila, essa é uma “trajetória de consolidação das contas públicas, evidenciada por todas as entidades nacionais e internacionais” e que se consubstancia num resultado que, em 2014, foi 36 vezes melhor no Açores do que no conjunto do país se comparados os respetivos níveis de produção.

Também em relação à divida pública regional, e incluídas todas as empresas do perímetro da administração pública, o Vice-Presidente do Governo comparou os resultados nos Açores com os do resto do país, frisando que a dívida representou “apenas 37 por cento do PIB regional (1.404 milhões de euros), quando no país representa mais de 130 por cento do PIB e na Madeira é 118 por cento do correspondente PIB”.

 

Sérgio Ávila congratulou-se não só com o parecer favorável do Tribunal de Contas, como com o reconhecimento, por este tribunal, do valor das responsabilidades futuras com as parcerias público-privadas, que voltaram a registar uma redução em relação aos valores dos anos anteriores e se fixaram em 582,9 milhões de euros no final de 2014.

Para o Vice-Presidente do Governo, se 2014 já indiciava uma recuperação dos efeitos da crise nacional e internacional, o ano de 2015 “foi ainda melhor, tendo-se caraterizado, de acordo com os indicadores estatísticos conhecidos, por uma clara retoma da atividade económica e da criação de emprego”.

“Tendo em conta todos os dados já divulgados pelo INE, no último ano os Açores registaram, efetivamente, uma recuperação do seu nível de produção e de rendimento, consolidando uma trajetória de crescimento económico e de emprego que foi, até, superior ao verificado no conjunto do país”, afirmou.

“Resistimos! Os Açores e os Açorianos resistiram quando o Estado português, a Madeira e todos os bancos nacionais colapsaram!”, frisou Sérgio Ávila, para quem a História referirá os Açores como exemplo para todo o país.

“Mas não foi por mero acaso que os Açores foram a única região do país que não foi sujeita a qualquer processo ou programa de ajustamento orçamental e foram a parte do território nacional isenta de medidas restritivas ou de austeridade específicas”, afirmou, acrescentando que isso deveu-se exclusivamente ao mérito dos Açorianos e de quem “escolheram para os liderar ao longo deste período”, apontando “Vasco Cordeiro, Carlos César, Alberto Madruga da Costa e João Bosco Mota Amaral”.

“Não foi fácil, como é óbvio”, considerou o Vice-Presidente do Governo, que lembrou as “muitas ocasiões” em que foram sendo colocadas aos Açores “acrescidas dificuldades que em vários casos não entendemos, nem aceitámos”.

GaCS/RL Açores