Opção do Governo dos Açores é alargar o transporte marítimo de passageiros e viaturas a todo o arquipélago, assegura Vítor Fraga

O Secretário Regional do Turismo e Transportes garantiu na sexta-feira, na Horta, que a opção política do Governo dos Açores é “estender o transporte marítimo de viaturas e passageiros a todo o arquipélago, extrapolando a dinâmica que hoje se vive no ‘Triângulo’ para todas as ilhas do arquipélago”.

Vítor Fraga, que falava na Assembleia Legislativa durante o debate de um projeto de resolução apresentado pelo CDS/PP sobre ‘Melhoria do transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas do Grupo Central’, adiantou que, para operacionalizar esta opção, “é preciso ter meios e é preciso ter meios com qualidade”.

“Isto será feito no âmbito da aquisição dos dois navios que, como sabem, está num processo de verificação junto da Comunidade Europeia e, quando tiver a respetiva validação, irá para concurso”, acrescentou.

O titular da pasta dos Transportes recordou que “ao nível do transporte marítimo, os passageiros transportados no ‘Triângulo’, em 2012, eram 385.444, e, no final de 2012, ascendiam a 448.982, mais 63.538 passageiros transportados no Triângulo, ou seja, mais 16,5%”, acrescentando que “esse crescimento verificou-se tanto na linha azul como na linha verde”.

Vítor Fraga referiu-se ainda ao transporte de viaturas, salientando que, em 2014, foram transportadas 6.138 viaturas, em 2015 foram 11.476, só no ‘Triângulo’, salientando que “este ritmo continua no primeiro semestre de 2016”.

“No primeiro semestre de 2016, temos mais 3.232 passageiros transportados no ‘Triângulo’ e temos mais 1.621 viaturas transportadas também nesta zona do arquipélago, ou seja, um crescimento de 48%”, o que, segundo Vítor Fraga, “revela as boas medidas e o sucesso que tem existido ao nível do transporte quer aéreo, quer marítimo na Região”.

No que se refere à criação de uma base em S. Jorge, prevista no projeto de resolução em debate, Vítor Fraga adiantou que, para além do incremento do custo da operação, referido na Comissão de Economia pelo Presidente do Conselho de Administração da Atlânticoline, “não se consegue vislumbrar quais os benefícios para os utentes que esta medida traria”.

Já em relação ao alargamento da operação para a Terceira e para a Graciosa de uma forma regular, previsto também no documento em discussão, o Secretário Regional lembrou “dois aspetos fundamentais”, nomeadamente “a gestão da oferta e da procura e, por outro lado, aquilo que é a parte operacional da implementação de uma solução destas”.

“Para fazer um triângulo com estas caraterísticas, dependendo do circuito a efetuar, estamos a falar de 12 ou de 14 horas para fechar o circuito, com início e fim nas Velas, e isso põe logo a descoberto toda a operação, naquele que é hoje um mercado consolidado ao nível do transporte de passageiros e viaturas no ‘Triângulo’”, afirmou.

Vítor Fraga frisou ainda que “a grande procura que existe, em termos de transporte de viaturas, é entre a Madalena e a Horta e entre a Horta e a Madalena”. salientando que, a solução proposta, “que fazia com que tivesse que haver uma transferência das viaturas de São Roque para a Madalena, para depois prosseguirem, ia estrangular naturalmente o transporte ou de umas, ou de outras, causando a prestação de um mau serviço a todos aqueles que o utilizam com regularidade”.

O Secretário Regional frisou ainda que, em relação à Graciosa e no âmbito da operação sazonal, “foi feito um reforço nas ligações de mais 7% no número de toques que são efetuados na Graciosa, respondendo claramente àquelas que são hoje as necessidades” desta ilha.

GaCS/RL Açores