
O Presidente do CDS-PP Açores, Artur Lima, é o cabeça de lista do Partido pelo círculo eleitoral da ilha Terceira nas eleições Regionais marcadas para 16 de outubro, porque “a Terceira precisa de um candidato que a defenda, que seja capaz de valorizar a ilha, valorizar os Terceirenses e contribuir para valorizar os Açores”.
Numa unidade hoteleira da cidade património mundial, Angra do Heroísmo, e com a presença de Assunção Cristas, líder nacional do CDS, Artur Lima assumiu vários compromissos e deixou criticas aos 40 anos de governações do PSD e do PS que, diz, “esvaziaram a ilha de poderes, competências e valências”.
“Uma ilha que já foi capital de Portugal; uma ilha que já foi centro do Mundo; uma ilha que travou lutas na defesa dos seus ideais, mas, por ventura, a ilha que mais perdeu desde a fundação da Autonomia. E perdeu não por culpa das propostas do CDS, perdeu porque PSD e PS têm uma visão deturpada do desenvolvimento dos Açores”, afirmou.
Assim, acrescentou o cabeça de lista popular, “a ilha Terceira perdeu a sua centralidade ao nível da mobilidade aérea dos Açorianos; a ilha Terceira perdeu a possibilidade de ser ponto de receção, distribuição e exportação de mercadorias marítimas; a ilha Terceira perdeu as suas indústrias; a ilha Terceira perdeu as benesses provenientes da utilização americana da base das Lajes; a ilha Terceira perdeu a radioterapia; a ilha Terceira perdeu um cais de cruzeiros; a ilha Terceira ainda não ganhou um parque de exposições; a ilha Terceira ainda não conseguiu um parque de ciência e tecnologia; a ilha Terceira não consegui ter um núcleo de reparação e construção naval no seu porto oceânico; a ilha Terceira deixou de ser atrativa para as escalas técnicas da aviação; a ilha Terceira não consegue ser opção para companhias low cost sem ser com elevadíssimo financiamento público – mesmo que disfarçado por entidades públicas não governativas através de aparentes campanhas de promoção do destino”.
E, acrescentou, “podia continuar a lamentar tudo o que PSD e PS fizeram com a ilha Terceira perdesse, nunca conseguiu e nunca viu concretizado apesar de, nalguns casos, serem promessas com mais anos que a Salvé Rainha”.
Ora, diz Lima, “é exatamente para inverter esta tendência de perder de poder político, de perda de poder económico, de perda até de população, que o CDS-PP está aqui, e apresenta-se firme nas convicções e robusto na certeza de que os Terceirenses também não estão contentes com a atual conjuntura. É para defender melhor saúde, melhor educação, melhores rendimentos para os agricultores, para os pescadores, é para dar esperança aos nossos jovens que quando concluírem os estudos vão ter hipóteses de fixar-se na sua terra e investir, é para garantir aos empresários turísticos que a febre do momento não é apenas um estado viral, mas um efetivo complemento ao crescimento económico, duradouro e seguro, é para assegurar a rentabilização de infraestruturas que estão subaproveitadas, que me candidato pelo CDS a Deputado pelo Terceira”.
A Terceira precisa
Artur Lima assegurou um conjunto de compromissos com os eleitores Terceirenses, alegando que as medidas que propõe são “porque a Terceira precisa”.
“A Terceira precisa de um candidato que defenda a rentabilização do Aeroporto das Lajes como infraestrutura com todas as condições para a base da SATA Internacional/Azores Airlines; a Terceira precisa de um candidato que defenda o investimento no molhe norte do porto da Praia da Vitória (o cais dos americanos) visando a sua transformação no Cais de Cruzeiros da Ilha; a Terceira precisa de um candidato que defenda a instalação de uma indústria de reparação naval no porto oceânico da Praia; a Terceira precisa de um candidato que defenda novas indústrias na ilha para os produtores e leite não continuarem reféns de um monopólio que só tem estrangulado a economia da ilha e levado à falência muitas explorações; a Terceira precisa de um candidato que defenda a instalação de um serviço de radioterapia no hospital, de um serviço de medicina hiperbárica, de mais médicos intensivistas e de uma mais eficaz gestão das listas de espera cirúrgicas, para reduzir o tempo de espera e o sofrimento de quem precisa ser operado; a Terceira precisa de um candidato que defenda o alargamento das instalações do Centro de Saúde de Angra para as antigas instalações da Escola de Enfermagem e com maior capacidade de resposta na prestação de cuidados de saúde primários; a Terceira precisa de um candidato que defenda uma promoção turística bem feita, articulada, que centre o Património Mundial de Angra, mas realce as potencialidades naturais, termais e espeleológicas da Ilha, valorizando as tradições e manifestações culturais mais vincadas do nosso povo como o Carnaval e as Touradas; a Terceira precisa de um candidato que defenda uma melhoria significativa das ligações marítimas de passageiros a partir de Angra com todas as outras ilhas do Grupo Central; a Terceira precisa de um candidato que defenda a promoção de uma política cultural de qualidade, indutora da valorização dos nossos talentos, reveladora das nossas tradições, catalisadora de fluxos turísticos e direcionada para a formação de públicos e para a criação de massa critica”, elencou.
A finalizar Artur Lima deixou um apelo aos eleitores: “Nunca nos devemos queixar das nossas opções. Nunca nos devemos arrepender do que não fizemos”, recordando que ninguém vai votar para eleger o Presidente do Governo: “A 16 de outubro, o que os Açorianos todos, do Corvo a Santa Maria, vão avaliar, não é o desempenho dos presidentes dos partidos políticos… o que os Açorianos, nas suas ilhas, têm que avaliar – e os terceirenses, bem que precisavam avaliar com muita atenção – são as pessoas, os projetos políticos e as propostas que melhor serão capazes de servir a sua ilha. Quem tem sido capaz de defender a sua ilha, de denunciar os abusos de poder, as mentiras do regime, as promessas defraudadas. O que todos temos que avaliar a 16 de outubro não é se a governação do PS foi assim-assim ou se a vontade do PSD em voltar ao poder é mais ou menos. O que todos temos que avaliar a 16 de outubro é quem são os candidatos que têm melhor perfil para assumirem os cargos de Deputados – legítimos representantes do Povo Açorianos! Neste contexto, a par da luta que travo, todos os dias, na defesa intransigente da minha terra – os Açores – hoje apresento-me como candidato do CDS-PP pela minha ilha – a Terceira”.
Artur Lima, é médico dentista, com 53 anos, desde 2007 é Presidente do CDS-PP Açores e Deputado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Tirar de um lado para pôr no outro
Já a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, apontou baterias para a República dizendo que os dados da execução orçamental comprovam que o Governo está a retirar rendimentos de um lado para os repor noutro, dando uma ilusão errada aos contribuintes.
“As pessoas podem sentir que têm um pedacinho mais de rendimento no bolso, mas basta olhar para os dados da execução orçamental, que saíram ainda agora, para perceber que aquilo porventura que receberam de um lado foi-lhes tirado por outro. Basta olhar para aquilo que foi o aumento dos impostos, 2,8% a mais de recolha de impostos”, salientou.
Para a líder centrista, a execução orçamental está a correr bem à conta do bolso dos portugueses, que estão a pagar a “austeridade à la esquerda”, por exemplo nos impostos dos combustíveis. “É um Governo que prefere demagogicamente repor as 35 horas, achando que isso não tem impacto nenhum em ninguém, que prefere demagogicamente dizer que vai dar tudo a todos, repondo de forma aparente e artificial o rendimento, que depois vai retirar por outro lado”, salientou.
Assunção Cristas disse que a carga fiscal vai continuar a aumentar, porque as medidas do atual Governo não trazem possibilidade de aumentar a riqueza.
“A recolha do IVA não aumenta, a recolha do IRS não aumenta e porque é que não aumenta, porque não há mais atividade económica, porque aquilo que nós vemos é um crescimento anémico, 0,2% em cadeia, trimestre após trimestre, 0,8% comparado com o ano passado, quando o ano passado estávamos a crescer 1,5%”, frisou.
Para a líder do CDS, a receita do Governo passa por aumentar a dívida e atrasar os pagamentos.
“30 milhões de euros é que o cresce a dívida dos hospitais por mês, o prazo do pagamento das dívidas está a aumentar e a dívida pública, que estava numa trajetória descendente, está a crescer e já estamos a 132% do PIB”, disse.
Assunção Cristas considerou ainda que o Governo foi “incompetente e trapalhão” na resolução da situação da Caixa Geral de Depósitos, alegando que ainda não se sabe quanto vai custar a recapitalização do banco ao bolso dos portugueses.
“Daria vontade de rir se não fosse tão grave. Como é que isto pode tranquilizar alguém? Quer-nos fazer convencer de que, como não vai ao défice, porque foi acordado com Bruxelas, não tem consequências. Se não vai ao défice, tem de ser financiado através de dívida. A dívida paga-se. Pode não se pagar hoje, mas vai-se pagar depois e vai-se pagar com impostos”, apontou, referindo-se às declarações do Primeiro-Ministro.
GI CDS-PP Açores