O filme documentário ´Cordas´, um trabalho de Diogo Rola com Terry Costa, está a chegar a milhares de audiências em festivais de cinema. O filme apresenta ´Cordas World Music Festival´, o festival de músicas do mundo, que acontece ao vivo na ilha do Pico.
“Estávamos a celebrar o aniversário da MiratecArts, neste dia, em 2016, quando anunciei a ideia e planos para arrancar com um novo projeto, um festival de música;” nota Terry Costa. “Tem sido um dos nossos maiores desafios, criar um festival relevante e especializado em instrumentos de corda dedilhada e friccionada, e que nos transporta das tradições ao contemporâneo. Hoje, planeamos a oitava edição para outubro, enquanto o filme é apresentado pelo mundo, levando o nosso trabalho, a vila da Madalena – o epicentro do festival desde a sua fundação -, a imagem da ilha montanha do Pico e o nome dos Açores para lugares que não conhecem ou até nunca ouviram falar do nosso arquipélago. Isto é a melhor promoção que se pode fazer da região – mostrando o que se faz por cá,” admite o diretor artístico da MiratecArts.
O primeiro prémio atribuído à curta foi em Portugal, no ART&TUR International Tourism Film Festival, e logo de seguida venceu Melhor Documentário em Curta-Metragem no Portugal Indie Film Festival. Em 2023 o documentário seguiu numa digressão mundial. Já passou pelo Brasil, Ucrânia, Escócia, onde foi nomeado a melhor documentário em Glasgow no Feel The Reel, mas foi na Índia que recebeu dois prémios internacionais para Best Short Doc no Rohip International Film Festival e no Havelock Film Festival. O filme conseguiu alinhar mais festivais na Índia, assim como em vários países no Médio Oriente e também na Nigéria, Angola e Eslováquia. “Todas as semanas estamos a receber nota que o filme vai ser projetado num novo país, o que muito nos agrada,” diz Terry Costa. “Se recebe prémios, ainda melhor, porque só mostra que estamos a fazer algo que mesmo para quem não nos conhece, reconhece como do melhor que se faz hoje em dia. E, não importa que estamos no meio do Oceano Atlântico, numa ilha rural.”
Para Diogo Rola, colaborador da MiratecArts, este é o seu primeiro trabalho que chega a festivais internacionais. “A curta tem sido uma surpresa em todos os sentidos. Desde o momento em que estive na ilha do Pico a assistir ao festival, até ao seu percurso por imensos festivais nos quais já venceu 4 prémios. O trabalho feito pela MiratecArts é de um nível de ´quase mágico´ por conseguir produzir tanta coisa, com tão boa qualidade, com poucos meios e com conceitos diferentes,” expressa Diogo Rola.
“É gratificante receber prémios,” admite Terry Costa, “mas o melhor apoio que podem atribuir a criativos é financiamento para continuar a desenvolver e criar arte. Por isso é muito importante ter a Câmara Municipal da Madalena, a nossa sede, o Governo dos Açores, a nossa região, como parceiros. Mas, necessitamos de ter investimentos dignos para esta presença mundial, e todos os Municípios, todos os departamentos governamentais, devem se juntar à revolução, à nova era de promoção. Investir num artista vale muito mais que certos investimentos mega que são feitos para promover estas 9 ilhas. O artista e a arte levam-nos a cantinhos do mundo que nem conhecemos. Temos que dar mais importância ao sector cultural artístico destacando orçamento digno para estes fins, o qual desafio a Direção Regional do Turismo a alocar, no mínimo, 25% do seu orçamento anual para levar as artes dos Açores ao mundo.