Era ainda a Câmara Municipal presidida pelo social-democrata António Silveira quando houve uma troca da responsabilidade de vias entre o Governo Regional e a Autarquia das Velas, sendo que antes a estrada de acesso ao porto das Velas era a da denominada Rua Direita e depois com o aumento do tamanho de contentores e respetivos atrelados dos camiões a estrada oficial de acesso ao porto passou a ser a estrada que passa pelo Auditório sempre junto ao mar até ao cais, tendo inclusive a Rua Direita sido fechada ao trânsito.
Ora a questão chega agora à Assembleia Municipal das Velas, uma vez que, de acordo com o presidente da autarquia, até à data a atual Secretaria, agora denominada dos Transportes e Obras Públicas, não assume aquela estrada como a oficial até ao porto que seria, assim, da sua responsabilidade, tendo o próprio delegado das Obras Públicas afirmado que não seria realizada qualquer intervenção na mesma, ao contrário do que aconteceu na Vila da Calheta em que, segundo Luís Silveira, a sinalização da estrada está pintada até ao porto.
O autarca conta que quando questionou o Delegado das Obras Públicas sobre o assunto o mesmo lhe disse que nas Velas não seria feita tal intervenção uma vez que a estrada regional de acesso ao Porto era a da denominada Rua Direita.
A ideia de Luís Silveira em trazer o assunto à Assembleia Municipal foi no sentido de apelar a este órgão que intervenha junto do Governo de forma a que o concelho das Velas não fique prejudicado.
Luís Silveira considerou mesmo de “muito mau tom” toda a situação e resposta que lhe foi dada, pensando já em medidas drásticas, como, por exemplo, o encerramento das vias habituais ao trânsito pesado.
O autarca aproveitou ainda a ocasião para lamentar o estado de conservação do acesso à Vila das Velas.
Luís Silveira acusou mesmo o Governo de “falta de respeito” pelos velenses, alegando que nos outros concelhos situações deste género não se verificam.
Também a entrada do aeroporto está degradante, segundo o autarca.
No seguimento da intervenção do Presidente da Câmara Municipal, os deputados municipais das diferentes bancadas também se fizeram ouvir quanto a esta situação.
José Júlio Rodrigues, da bancada do PS, foi o primeiro a intervir, dizendo ser necessário que seja tomada alguma medida no sentido do concelho não ficar prejudicado.
Isabel Teixeira, a presidente da Assembleia Municipal das Velas, considerou pertinente que se envie um ofício ao Secretário Regional dos Transportes e Obras Públicas bem como solicitar uma reunião com o Delegado das Obras Públicas.
Mas Vasco Pinto, da bancada do PSD, propõe medidas mais drásticas.
João Estrela, deputado municipal do CDS-PP, também considerou que há que tomar atitudes radicais, dizendo mesmo que em São Jorge a população é muito passiva.
No final do debate foi aprovado o envio de um ofício à Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas e solicitar uma reunião com o Delegado das Obras Públicas.
Liliana Andrade/RL Açores