APISJ descontente com o serviço prestado pela SATA no que respeita ao escoamento de peixe (c/áudio)

A Associação de Pescadores da Ilha de São Jorge acusa a SATA de estar a falhar no transporte do peixe que sai desta ilha. António Laureno condena mesmo a transportadora aérea por ter retido na Terceira, esta semana, 249 quilos de peixe provenientes de São Jorge.

De acordo com António Laureno, esta semana extraviaram-se 249 quilos de peixe fresco que acabaram, assim, por não chegar ao seu destino.

“O peixe chegou na terça-feira de manhã à Terceira”, tal como contou Laureno, adiantando que a partir daí apenas soube que à hora revista o peixe não tinha chegado a São Miguel, como era suposto.

“Ontem à noite comuniquei com a SATA e disseram-me que o peixe tinha ficado na Terceira fechado”, afirmou o presidente da Associação, que está preocupado em saber o estado em que o peixe se encontra, tendo em conta o tempo que já passou.

António Laureno atribui culpas ao Governo Regional e à administração da SATA.

“Quem tem culpa desta situação não são os funcionários da SATA, mas sim quem manda na SATA. É em primeiro lugar o Governo e a administração da SATA, que não têm hipótese de tirar a carga da Terceira para São Miguel. Nunca tivemos problema em tirar a carga de São Jorge até à Terceira, mas temos sempre o problema da Terceira para São Miguel”, explicou o responsável pelas pescas em São Jorge, salientando que há outro problema depois que é o “de fazer chegar a São Miguel para depois chegar aos outros destinos como Lisboa ou Porto”.

Uma situação que traz grandes prejuízos não só para a Associação de Pescadores como para o próprio comprador.

“É prejuízo para os pescadores jorgenses porque vai ser talvez um comprador que vai deixar de comprar em São Jorge, porque não tem condições de tirar o peixe de cá; é prejuízo para quem comprou, porque este peixe era para Londres e já devia lá estar e continua fechado na Terceira”, lamentou.

António Laureno mostrou também a sua indignação quanto ao facto de “ninguém assumir responsabilidades, ninguém ter pelo menos a hombridade de informar o exportador, dizendo ‘olhe o peixe está retido na Terceira, não o conseguimos tirar’, ninguém diz nada”.

Para o presidente da Associação de Pescadores, “o que parece incrível e que há que denunciar é que a SATA não tem responsabilidade com nada”, apenas e só “em cobrar o frete”.

António Laureno não compreende como é que o Secretário Regional do Mar defende o melhoramento da primeira venda em lota quando as dificuldades de escoamento do produto continuam a ser muitas para os pescadores de São Jorge.

Contactado, António Portugal, o porta-voz da SATA, explicou que o peixe não seguiu na terça-feira para Ponta Delgada, como estava previsto, porque essa viagem foi efetuada com o Dash Q 200 que não dispunha de capacidade de carga para os 249 quilos de peixe.

O porta-voz garantiu que o peixe só seguiu para Ponta Delgada na passada noite de quarta-feira onde iria ser verificado pela Inspeção das Atividades Económicas, de forma a perceber se estava em condições de ser comercializado.

Ora, caso tal não se verifique, António Portugal diz que a SATA irá avaliar a situação para tratar de indemnizar as partes afetadas se entender que é necessário.

Liliana Andrade/RL Açores