Atelier de Kaasfabriek acolhe o Fringe em São Jorge

Neste fim-de-semana viveu-se mais um evento, de primeira, no festival internacional de artes, Azores Fringe. O Atelier de Kaasfabriek, na localidade de Santo António, acolheu o Fringe pela primeira vez na ilha de São Jorge.

Pieter & Rini Adriaans, holandeses a viver na ilha dragão já há 15 anos, acreditam que o movimento Fringe é importante e necessário para abraçar mais arte nos Açores. Assim, a antiga fábrica de queijo da região, agora transformada numa galeria de arte, estúdios e local de encontro, acolheu os primeiros eventos do festival. Workshops, conversas e exposições fazem parte do programa até ao final do mês.

Pinturas gigantes, pelas mãos do próprio Pieter Adriaans, ocupam o piso de entrada. Ainda neste piso, houve espaço para o workshop, para uma atividade de pintura, em seda, com efeitos especiais liderado pela Rini. Na próxima semana, este espaço acolherá um workshop de pintura em aguarela liderado pela artista Ioana van Olphen, mais uma holandesa a viver na ilha. No piso 1, a grande galeria, abriu duas exposições no passado dia 18. O fotógrafo jorgense Filipe Lopes apresenta “Saber Fazer”: uma série de fotografias sobre produtos regionais e as pessoas que os fazem. Depois de expor em Lisboa, o jovem está contente que na sua ilha tem agora esta oportunidade de continuar a mostrar e desenvolver o projeto. Eva Ulherr, mais uma artista estrangeira que faz a sua vida na ilha, há já quase duas décadas, desenvolve as suas experiências alemãs elaborando criaturas em papier-machê.

Pieter Adriaans, que também apresentou um pigmento de “São Jorge Red” (Vermelho de São Jorge) que consegue através do solo da ilha, terminou suas palavras sobre o fim-de-semana de atividades com um apelo para “trabalhar cada vez mais em parcerias. Foi assim que o Atelier começou e espera continuar. Desde a fábrica e a quem aqui trabalhava, até aos artistas que por aqui passam e conseguem criar e deixar a sua marca na ilha.”

Antigos trabalhadores da fábrica de queijo vieram partilhar as suas histórias sobre o local. Andreia Melo, encenadora de teatro na ilha, moderou a conversa. Ideias para o próximo Fringe já foram lançadas para continuar a desenvolver parcerias entre a comunidade local e os artistas participantes.

Por sua vez, Terry Costa, o diretor artístico da MiratecArts, associação organizadora do Fringe, adicionou que “isto é o Fringe – trabalhar em conjunto, partilhando histórias, criando sinergias artísticas. E assim é com grande prazer que damos arranque ao movimento Fringe na ilha de São Jorge.”

Mirateca Arts/RL Açores