Considerando todas as questões que têm vindo a público na sequência do anúncio do lançamento do concurso público para construção de dois navios elétricos para a operação da Atlânticoline nas ilhas do Triângulo, a empresa entendeu ser oportuno esclarecer, em comunicado enviado à comunicação social, que a Atlânticoline submeteu todos os documentos necessários na plataforma eletrónica de contratos públicos acinGov no passado dia 15 de janeiro. Todavia, a disponibilização pública do concurso carece da sua introdução no Diário da República e no Jornal Oficial da Região Autónoma dos Açores.
O preço base é de 25 milhões de euros para os dois navios, e as candidaturas poderão ser entregues até ao dia 21 de fevereiro de 2024. O vencedor deverá ser anunciado até ao dia 25 de abril.
No que toca à capacidade de transporte dos navios não é, neste ponto, um assunto fechado. Irá depender das propostas apresentadas, sendo certo que existem limites mínimos para que estas sejam elegíveis. Cada navio terá de ter capacidade para, no mínimo, 250 passageiros e 9 viaturas.
Os dois navios estarão equipados com enfermaria.
A empresa esclareceu ainda que tem uma responsabilidade na área ambiental e a descarbonização é um passo inevitável e necessário. A esta necessidade juntou-se a oportunidade trazida pelo PRR, que suportará 100% do investimento, através do programa Repower EU, destinado apenas a energias não poluentes. Tratado-se de “uma oportunidade única e inadiável”.
Ainda segundo a empresa de transporte de passageiros e viaturas a opção por navios monocasco garante os mesmos níveis de operacionalidade dos atuais ferries. Foi, aliás, com base na planificação dos atuais navios que foi elaborado o caderno de encargos, pelo que os novos navios serão muito semelhantes aos atuais, que já deram manifestas provas da sua adequabilidade à operação.
Serão navios com 36,5 metros que terão uma velocidade de serviço de 16 nós, quando os atuais ferries têm 14 nós.
Estes navios foram pensados para servir o Canal Horta/Madalena e o Canal Velas/São Roque, e a sua autonomia garante que tal aconteça com a eficiência necessária. Existirão três postos de carregamento no Triângulo, nos portos da Horta, São Roque e Velas. No caso da rota Velas/São Roque, está garantida a realização de uma viagem de ida e volta, ficando o navio ainda com energia suficiente para regressar ao Pico, o que permitirá manter a operacionalidade caso se verifique um eventual problema com o posto de carregamento de São Jorge. No caso da rota Horta/Madalena, o navio poderá realizar 2 viagens de ida e volta antes de carregar adianta a Atlânticoline.
Ainda em relação ao Canal Velas/São Roque, a autonomia prevista garante a opção, quando necessário, pelo porto alternativo da Madalena. Está ainda garantida a possibilidade de viagens Horta/Velas ou Velas/Horta, na eventualidade de ser necessário um reposicionamento.
Segundo o comunicado, a Atlânticoline tem, desde o início deste projeto, trabalhado em estreita proximidade com a Portos dos Açores e a EDA, de modo a garantir todas as condições para a realização dos carregamentos.
Com a chegada destes navios, prevista para 2026, a frota da Atlânticoline sofrerá um reforço que poderá permitir direcionar um dos atuais ferries para outras rotas.
A introdução de navios elétricos na Região representa um salto evolutivo de grande dimensão.