O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou, na Horta, que “há muitas razões” para invocar nos Açores a implantação da República, destacando o “significado do ato” que corresponde à “aniquilação do regime monárquico de quase oito séculos e à imposição do regime republicano”, um dos primeiros da Europa, a seguir à França e à Suíça.
Avelino Meneses, que falava quarta-feira, em representação do Presidente do Governo, na conferência ‘Memórias do primeiro Presidente a República’, salientou que comemorar da República nas ilhas “é também honrar a memória de Açorianos ilustres”, entre os quais Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, Eduardo Abreu e Goulart de Medeiros, bem como “invocar episódios” da nossa história.
O Secretário Regional frisou, no entanto, que, passados mais de 100 anos “a República está ainda verdadeiramente por cumprir”, designadamente no propósito da aproximação de Portugal à Europa “mais evoluída”, na urgência de “conferir fortalecimento e prosperidade à sociedade civil” e na “reinvenção permanente do estilo de governação”.
Nesse sentido, defendeu que, “no mínimo, a República carece de uma refundação”.
Avelino Meneses, referindo-se a Manuel de Arriaga, que nasceu na ilha do Faial e esteve na origem desta conferência promovida pela Assembleia Legislativa e pela Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta, com o patrocínio da Presidência da República, admitiu que, se tivesse vingado o seu “papel moderador e o efeito conciliador, talvez se tivesse salvaguardado a identificação entre a Primeira República e a Pátria portuguesa”.
“Talvez se houvesse poupado Portugal e os portugueses às provações de uma longa ditadura de quase meio século, que adiou a democracia e atrasou o desenvolvimento”, frisou o Secretário Regional.
GaCS