Avelino Meneses considera “oportuno” o registo das cantorias e dos cantadores

O Secretário Regional da Educação e Cultura considerou “oportuno” o registo das cantorias em livro ou noutro suporte, como forma de preservar esta forma de “poesia popular”.

“Caso contrário, considerando o caráter efémero do ato de cantar, perderemos hoje, como ontem, criações poéticas de uma qualidade invulgar”, afirmou  Avelino Meneses, que falava quarta-feira, nos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo, na homenagem evocativa do centenário de nascimento de João Vital, poeta popular terceirense.

Avelino Meneses relembrou que, neste âmbito, há trabalho realizado, nomeadamente a recolha efetuada na ilha Terceira por Borges Martins e, mais recentemente, através da atividade editorial desenvolvida por Liduíno Borba, “ enquanto guardião da maioria das melhores e dos melhores cantadores e cantorias”.

No caso concreto de João Vital, que faleceu com pouco mais de 51 anos e cujo nome verdadeiro é João Lourenço Soares, o Secretário Regional referiu o livro de Belarmino Ramos, intitulado ‘João Vital poeta de todas as luas’.

Nesta missão de preservação e divulgação deste património, com raízes nas cantigas de escárnio e maldizer, tem desempenhado “um papel fundamental” a Associação de Cantadores e Tocadores ao Desafio dos Açores, liderada por João Santos, através da organização de festivais de poesia popular e de homenagens, como esta realizada a João Vital, referiu Avelino Meneses.

O governante salientou ainda que atualmente, em torno das cantorias, “há mais motivos de júbilo do que de inquietação”, já que a cantoria penetrou no meio urbano, quando era uma “diversão de rurais”, e beneficia da “maior alfabetização” dos seus executantes por via do ”progresso da educação”, ao mesmo tempo que regista, “quer em executantes, quer em ouvintes”, um aumento de público “cada vez mais jovem”.

GaCS/RL Açores