
O Secretário Regional da Educação e Cultura destacou a qualidade dos trabalhos distinguidos com o Prémio de Humanidades Daniel de Sá, manifestando a expetativa de que os Açores vão vencer a “batalha da promoção cultural”.
“Se, daqui a dois anos, na atribuição do novo Prémio de Humanidades Daniel de Sá, viermos a distinguir trabalhos semelhantes a estes, teremos então a absoluta certeza de que ganhamos a batalha da promoção da nossa cultura”, afirmou Avelino Meneses, que falava segunda-feira, em Ponta Delgada, na cerimónia de atribuição dos galardões da segunda edição deste prémio literário açoriano.
Na sua intervenção, o titular da pasta da Cultura frisou que o patrono deste prémio, o escritor Daniel de Sá, é “um exemplo de Açoriano, um exemplo para todos nós”, salientando que “num arquipélago unido pelo mar, mas ainda dividido por umas poucas paredes, sejam de pedra, de hortências ou simplesmente de incompreensões, ele era um verdadeiro escritor de todos nós”.
“Derramava palavras pelos jornais de diversas ilhas alheio a algum idiotismo das nossas fronteiras. Talvez fruto de ter nascido em S. Miguel, de ter crescido em Santa Maria e de ter tido também vivências na Terceira”, afirmou Avelino Meneses.
O Governo dos Açores, com vista a galardoar, a cada biénio, uma obra inédita com temática dos Açores, escrita em português por autor nacional ou estrangeiro, nas categorias de Criação Literária e de Ensaio, instituiu o Prémio de Humanidades Daniel de Sá, no valor pecuniário de 12 mil euros, dos quais seis mil euros para cada uma das categorias.
Nesta segunda edição, o Prémio de Humanidades Daniel de Sá foi atribuído a Pierluigi Bragaglia e Paula Sousa Lima, por decisão do júri constituído por João das Pedras Saramago e Victor Rui Dores, na qualidade de membros do Conselho Regional de Cultura, Madalena San Bento, Manuel Tomás Gaspar da Costa e Maria João Cavaco.
Pierluigi Bragaglia venceu o prémio na categoria de Ensaio com a obra ‘Novas luzes sobre o povoamento e topónimos das Flores e Corvo: João da Fonseca e António Carneiro no Reino, em São Tomé e Príncipe, em Cabo Verde e nos Açores (secs. XV-XVI)’, e Paula de Sousa Lima ganhou na categoria de Criação Literária, com a obra ‘O outro lado do Mundo«.
Pierluigi Bragaglia nasceu em Itália e vive na Fajá Grande, ilha das Flores, desde 1990, sendo autor de várias publicações e artigos históricos e turísticos.
Paula Margarida da Silva de Sousa Lima nasceu em Lisboa e vive nos Açores, onde é professora do ensino secundário, tendo já publicado cerca de duas dezenas de contos em jornais e revistas, além de três romances.
Na primeira edição deste prémio foi galardoada a obra ‘Mau tempo e Má Sorte: Contos Pouco Exemplares«, da professora e investigadora açoriana Leonor Sampaio da Silva.
Daniel de Sá, patrono deste Prémio criado em 2014 pelo Governo dos Açores, nasceu a 2 de março de 1944, em S. Miguel, onde faleceu a 27 de maio de 2013.
Professor, deputado regional e dirigente político, tendo vencido vários prémios literários, Daniel de Sá foi distinguido com a categoria de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a Insígnia Autonómica de Valor e a Medalha Municipal de Mérito da Ribeira Grande.
GaCS/RL Açores