Balanço positivo da época da vindima apesar do mau tempo

Setembro é o mês da vindima, altura entre a apanha da uva e o inicio da produção de vinho. Nos Açores, as condições climatéricas têm grande influência na quantidade de recolha. Por vezes, a chuva e a humidade que se fazem sentir no ano não deixam haver boas colheitas.

Agostinho Freitas, produtor jorgense, fez este ano a vindima e conseguiu 700 litros de vinho. A RL Açores foi ao seu encontro para nos fazer o balanço da época da apanha da uva.

 “Setembro tem sido muito chuvoso, as uvas não amadureceram todas de uma vez. Tivemos de fazer a vindima por duas vezes e houve muito desperdício derivado à humidade elevada, mas na questão de produção foi melhor que o ano passado e que há dois anos.”, confessou.

 Agostinho afirma que não vê os jovens interessados no cultivo de vinha e na produção de vinho. A manutenção de uma vinha é algo que dá muito trabalho e envolve tempo e disposição.

 “Não me já dá muito entusiasmo, porque a idade já vai avançada e não vejo ninguém interessado em continuar, portanto mantenho o que vai ficando e para mim é o suficiente. Hoje em dia já n se faz muito porque dá muito trabalho e muita despesa na questão de manter a vinha”.

 O produtor explicou ainda como realiza todo este processo da apanha até ao vinho chegar ao copo, salientando que não recorre a maquinaria moderna fazendo tudo da forma tradicional.

 “Uso o processo antigo. apanho a uva, esmago-a ponho-a num balseiro a fermentar e depois passo para o cisso, coloco na barrica e deixo estar ali pelo menos 15 dias, depois tapo e volto a abrir na altura do São Martinho onde, como se costuma dizer, vou à adega e provo o vinho.”

 O balanço da vindima não é algo previsível, num ano pode dar muita uva, como no ano seguinte pode dar pouca: “Já houve anos em que fiz muito, mas com a vinha é assim, há anos em que dá muito e anos em que dá pouco. o ano passado só fiz cento e tal litros, mas já houve anos em que consegui cerca de dois mil litros de vinho”, sustentou Agostinho Freitas.

Catarina Ávila/RL Açores