BE quer mais apoio para os doentes deslocados

O Bloco de Esquerda anunciou na tarde desta quarta-feira que irá levar ao parlamento dos Açores uma recomendação ao Governo Regional com três medidas essenciais para o sector da saúde na região e para a democratização do acesso à saúde pública: aumento do valor do apoio ao transporte não urgente de doentes, aumento de convenções com unidades de alojamento no continente e nas ilhas com hospital para doentes deslocados, e aumento do valor do apoio diário ao acompanhante de doentes deslocados.

Numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, o coordenador do BE/Açores, Paulo Mendes, defendeu que o transporte não urgente de doentes “deveria ser verdadeiramente gratuito”, e lamenta que o Governo Regional “esteja a aplicar um modelo copiado do Governo da República do PSD e CDS, que é burocrático, não tem em consideração as distâncias percorridas, e limita muito o apoio”.

Paulo Mendes dá mesmo um exemplo: “Um doente dos Biscoitos que tem que ir ao Hospital de Angra do Heroísmo fazer um tratamento terá, na melhor das hipóteses, e só se viver numa situação de completa miséria, porque o apoio tem em conta os rendimentos, receber um apoio que será, no máximo, de dez euros, sem sequer ter em consideração a distância percorrida”.

“A burocracia do processo é tão incoerente, que obriga o mesmo doente que precisou de apoio ao transporte para se deslocar ao hospital para um tratamento, a deslocar-se também ao hospital para receber o apoio referente ao transporte anterior”, considera o coordenador do BE.

Paulo Mendes questiona – “Se estamos a falar de doentes que têm dificuldades de deslocação, como é que estas pessoas se vão deslocar ao hospital para ir receber o apoio do pagamento do transporte?”

O BE também defende que a Região deve estabelecer mais convenções com unidades de alojamento no continente e nas ilhas com hospital para doentes deslocados, uma vez que atualmente só existem 16 quartos disponíveis em Lisboa, 4 no Porto, e menos ainda em Coimbra. “Uma situação insustentável que dificulta o acesso a este apoio”, lamenta Paulo Mendes.

GI BE Açores/RL Açores