CDS e PPM concorrem coligados pelos Açores às Legislativas 2015

 

“O CDS-PP Açores e o PPM decidiram constituir uma coligação, no círculo eleitoral da Região Autónoma dos Açores, no âmbito das eleições Legislativas nacionais de 2015”. Foi assim que Artur Lima, Presidente dos populares açorianos, e, Paulo Estêvão, líder dos monárquicos, anunciaram, esta segunda-feira, na ilha do Faial, o seu entendimento tendo em vista a eleição de um deputado açoriano desses partidos, pela primeira vez, à Assembleia da República.

Numa conferência de imprensa conjunta, numa unidade hoteleira da cidade da Horta, os líderes regionais do CDS e do PPM garantiram a “abertura a sectores independentes da sociedade açoriana” das listas da coligação de direita e deram a sua palavra de honra: “Estamos em condições de garantir que o deputado eleito pelo CDS/PPM será, acima de tudo, um deputado dos Açores. Um deputado com liberdade para defender os interesses dos Açores, acima de qualquer outra circunstância, algo que os eventuais eleitos pelo PS e pelo PSD não estão em condições de assegurar”.

Segundo Artur Lima a candidatura agora anunciada tem uma “diferença” substancial em relação às outras listas nacionais: “o projeto político da coligação reivindicará uma total autonomia de decisão em todos os temas em que estejam em causa os superiores interesses dos Açores”. Para além disso, acrescentou, “votar na coligação CDS/PPM significa a melhor opção para todos os que nos Açores querem evitar a vitória da esquerda e o regresso às políticas e práticas de Sócrates. A eleição do terceiro deputado do PS/Açores só pode ser parada através do voto na coligação CDS/PPM. Não existe outra alternativa”.

Opinião idêntica tem Paulo Estêvão que sublinhou que nas próximas eleições nacionais “votar útil, no sentido de impedir a vitória da esquerda e da extrema-esquerda nos Açores e em Portugal, é votar na coligação CDS/PPM” nos Açores.

Os Presidentes do CDS e do PPM não tem dúvidas em afirmar aos açorianos que a coligação agora estabelecida “representa um espaço de renovação, de mudança, de compromisso e garantia que os nossos eleitos exercerão as suas funções exclusivamente centrados – e sem tutelas partidárias – na defesa dos interesses dos Açores”.

Artur Lima disse mesmo que “a lista da coligação representará a mudança e a alternativa que a sociedade civil tanto reivindica”, apontando que “as listas do PS e do PSD são listas esmagadoramente constituídas por detentores de cargos políticos, por gestores ou administradores nomeados ou por quadros da administração regional. Estas listas não representam nenhuma abertura à sociedade civil e aos diversos sectores de atividade. Estas listas começam e esgotam-se nos núcleos duros das organizações partidárias”.

Quanto ao programa político a apresentar o Líder dos democratas-cristãos realçou, igualmente, diferenças conceptuais estruturantes face a PS e a PSD: “Enquanto o PS e o PSD se preocupam em criar mais níveis de poder e mais cargos políticos, a coligação CDS/PPM construirá um programa de ação política que terá como prioridades o desenvolvimento económico e o combate ao desemprego jovem. De forma específica, através da melhoria dos mecanismos de cooperação estratégica entre o Estado e a Região, queremos proteger os setores da agricultura e das pescas, apostar no aumento da penetração das nossas empresas no mercado nacional, imprimir um novo dinamismo à resolução da questão da Base das Lajes, melhorar as políticas de transportes, acessibilidades e turismo e enfrentar a enorme crise social que grassa em todas as ilhas da Região, eternizando situações de pobreza e dependência extremas”.

Paulo Estêvão destaca “oportunidade de renovação”

Da parte do PPM, Paulo Estêvão colocou o enfoque desta coligação na “janela de oportunidade para a renovação de protagonistas e de projetos políticos”, frisando que a união de CDS e PPM significa “um voto útil na renovação e na mudança”.

“Esta coligação constitui um espaço político e ideológico bem sinalizado. Não queremos eleger deputados nos Açores para bloquear todas as decisões e estar contra todos os governos, sejam eles quais forem, como os partidos da extrema-esquerda. Esta coligação constitui um espaço alternativo de centro-direita a uma liderança do PSD incapaz de congregar esforços e articular projetos políticos dentro da mesma área política e até do mesmo setor partidário. Sem uma alternativa de dimensão média na área de centro-direita, basta ao PS ganhar por mais um voto para lograr alcançar a eleição de 3 dos 5 deputados em disputa”, afirmou.

Paulo Estêvão recordou que “se a coligação CDS/PPM obtiver mais cerca de seiscentos votos que os alcançados em 2011 pelo CDS-PP, isso significará que a área de centro-direita elege três deputados e que o PS não incrementará o número de deputados eleitos nos Açores”, salientando ainda que “nos últimos 40 anos, todos os deputados eleitos no âmbito do círculo eleitoral dos Açores integraram as listas do PSD ou do PS”, facto que “em nenhum outro círculo eleitoral do território nacional ocorreu”, provocando “uma bipolarização partidária tão fechada e absoluta”.

Assim, defendeu que “é necessário quebrar o longo, cinzento e repetitivo rotativismo partidário que se instalou nos Açores no âmbito da eleição dos deputados para a Assembleia da República”, afirmando a convição que “a aliança entre o CDS-PP e o PPM, aberta a setores independentes, possui o potencial necessário para quebrar o bipartidarismo instalado no círculo eleitoral dos Açores desde as eleições de 1975”.

Artur Lima e Paulo Estêvão não têm dúvidas: “A candidatura da coligação CDS/PPM responderá ao desafio que a sociedade está a lançar aos partidos políticos. Integraremos na nossa candidatura, para além de candidatos com experiência e qualidade política, setores independentes e não dependentes do exercício de cargos e nomeações políticas”.

GI CDS-PP Açores/RL Açores