CDS-PP acusa Secretário da Saúde de promover “política de maldade pura”

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, acusou, esta quarta-feira, o Secretário Regional da Saúde de implementar uma “política de maldade pura”, impondo “taxas financiadoras” e dificultando o acesso dos açorianos ao Serviço Regional de Saúde, utentes que foram transformados em “clientes” pela governação socialista.

No debate parlamentar sobre o Plano e Orçamento para 2015 na área da Saúde, Artur Lima apontou o grande paradigma da governação socialista: “a grande marca política do actual Secretário Regional da Saúde foi transformar os utentes em clientes; os Açorianos hoje querem saúde, pagam-na; quem não tem dinheiro não se trata. Esta é a grande marca da sua política”.

Os populares lançam duras criticas ao responsável pela pasta da saúde referindo-se à “introdução de taxas financiadoras”, ao aumento das listas de espera “que deviam envergonhar”, à medida “persecutória e bisbilhoteira” da nova tabela de reembolsos e à inexistência de uma rede de cuidados continuados e paliativos nos Açores.

“Das taxas moderadoras, o Senhor Secretário criou as taxas financiadoras numa atitude de sadismo político inqualificável… Quando um utente vai a uma urgência e lhe são prescritas análises clínicas que culpa tem o doente? Isto é extorquir dinheiro aos doentes para financiar o Serviço Regional de Saúde. O utente não tem culpa que lhe obriguem a fazer análises clínicas, portanto, nada é moderado, antes o acesso do utente é onerado o que faz com que as pessoas deixem de se tratar porque nem toda a gente pode sair de uma urgência e ter uma conta de 20, 30 ou 40 euros para pagar”, denunciou Artur Lima.

Noutra frente, o Líder da Bancada Parlamentar democrata-cristã visou negativamente outra medida de Luís Cabral – medida que classificou de “persecutória e bisbilhoteira”: “para receber um mísero reembolso as pessoas tem que levar a sua declaração de IRS, sem que lhes seja garantia qualquer confidencialidade dos dados. Isto é maldade pura, porque o Senhor Secretário sabe que muitas pessoas não querem expor a sua vida. Isto é maldade pura porque o objectivo é levar as pessoas a desistirem do reembolso”.

Relativamente às listas de espera para cirurgias, Artur Lima não tem dúvidas que as mesmas deviam originar “um pedido de desculpas” do titular da pasta da saúde aos Açorianos, referindo-se ao facto de “as listas de espera cirúrgicas superiores a 18 meses terem aumentado”. O CDS-PP entende que os socialistas “deviam ter vergonha” e que o Secretário da Saúde devia “pedir desculpa aos Açorianos” porque são eles os prejudicados “com as suas medidas, são eles que estão em casa a sofrer”.

Já as listas de espera de consultas para o médico de família também “deviam envergonhar” a tutela, considera Lima, lembrado que “ainda recentemente houve unidades de saúde que suspenderam a marcação de consultas”: “Isto não o envergonha, Senhor Secretário? Isto é mais uma ordem sua, carregada de maldade pura, porque enquanto as pessoas não marcam a consulta não ficam em lista de espera”, denunciou.

Por fim, referência para a inexistência de uma rede de cuidados continuados e paliativos nos Açores: “Cuidados continuados não é igual a cuidados acamados… o Senhor Secretário fala em camas, mas cuidados continuados é muito diferente de camas e devia também envergonhar-se e pedir desculpa aos Açorianos, especialmente o que estão em fase terminal das suas vidas, porque os Açores são a única região do País, que não tem cuidados paliativos”.

CDS-PP Açores/RL Açores