O líder do CHEGA Açores, José Pacheco, voltou a reforçar hoje em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, que está disponível para levar os Açores em frente, com a condição de fazer parte do Governo. A justificação é simples: “não se pode fazer fiscalização na oposição” e deu o exemplo do acordo de incidência parlamentar que existiu na anterior legislatura e que “não resultou”. Ora pela falta de diálogo entre as partes, ora pelas nomeações de familiares para cargos governativos, ou mesmo pelos compromissos assumidos pelo Governo que nunca se concretizaram – como os quatro carros de bombeiros acordados em sede de negociação do Orçamento, que chegaram a estar adjudicados, mas que nunca chegaram.
Para José Pacheco, os Açorianos expressaram, nas eleições de 4 de Fevereiro, “que ninguém ia governar com maioria absoluta e que o CHEGA tem de lá estar. O CHEGA tem a força que os Açorianos nos deram”, formando um Grupo Parlamentar com cinco deputados, depois do trabalho que desenvolveu ao longo dos três últimos anos. “O CHEGA tem tomado a dianteira em sectores que são fundamentais”, afirmou José Pacheco, enumerando a falta de habitação e o excesso de assistencialismo como situações em que o CHEGA tem apresentado propostas, mas que acabam por não ter seguimento na Assembleia Legislativa Regional.
“Não queremos ser o problema, mas parte da solução”, afirmou o líder regional do CHEGA ladeado pela recém-eleita deputada Olivéria Santos e pelo cabeça-de-lista do CHEGA Açores às legislativas de 10 de Março, Miguel Arruda.
Para o CHEGA, o problema está do lado dos dois partidos minoritários da Coligação – CDS e PPM – que não podem fazer parte do próximo Governo dos Açores. Esta é a “linha vermelha” traçada pelo CHEGA ao PSD que, no entender de José Pacheco, está a fazer uma “cerca sanitária” ao CHEGA por querer ir de novo a eleições “por arrogância”.
O Presidente do CHEGA Açores reforça: “o CHEGA não está refém de ninguém. Cabe ao PSD, se quer governar, apresentar as linhas mestras da governação” e só aí vai ser possível ao partido decidir se vota contra ou a favor do Programa de Governo. “O Partido Socialista foi infantil, tal como o Bloco de Esquerda, porque não se conhece o Programa de Governo nem os intervenientes e já dizem que votam contra”, explicou.
José Pacheco reforçou a intenção do CHEGA de fazer parte da solução governativa, dando conta que ainda não foi contactado oficialmente por ninguém do PSD, mas alertou que “se não houver solução, só daqui a um ano é que vamos avançar. É uma ameaça muito grande para os Açores. O PSD quer governar em minoria, não vão conseguir e depois vão dizer que a culpa é do CHEGA”, acrescentou.
Estabilidade é a palavra de ordem para os próximos tempos, em que as verbas do PRR e do PO2030 precisam de avançar na Região, e o CHEGA está disponível para garantir essa estabilidade estando no Governo. “Para o CHEGA, o que está em causa são os Açorianos. Tem de existir responsabilidade, sob pena de ficarmos um ano parados”, concluiu José Pacheco.
GI CHEGA Açores/RL Açores