
No final da entrega da Insígnias Autonómicas a RL Açores teve oportunidade de falar com alguns dos homenageados jorgenses.
Destaque para Filipa Lacerda, bisneta do Maestro Francisco de Lacerda que recebeu, a título póstumo, a Insígnia Autonómica de Reconhecimento. Uma insígnia que pretende distinguir os atos ou a conduta de excecional relevância de cidadãos portugueses ou estrangeiros que valorize e prestigiem a região no País ou no estrangeiro; contribuam para a expansão da cultura açoriana ou para o conhecimento dos Açores e da sua história ou se distingam pelo seu mérito literário, científico, artístico ou desportivo.
No ano em que se assinalam os 150 anos desde o nascimento do Maestro Francisco de Lacerda foi um orgulho para a sua bisneta e restante família poder receber esta distinção da região.
Com a Insígnia Autonómica de Mérito Industrial, Comercial e Agrícola foi agraciada a Confraria do Queijo de São Jorge, constituída a 2 de novembro de 1991 e desde aí com a responsabilidade da certificação do queijo de São Jorge DOP, sendo à Confraria do Queijo de São Jorge que compete igualmente a promoção e defesa deste produto icónico. Algo que mereceu destaque por parte da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e do Governo Regional, deixando muito satisfeita e orgulhosa a Confraria, tal como fez questão de enaltecer, em entrevista à RL Açores, Paulo Silveira, o cabeça da Confraria.
A Insígnia Autonómica de Mérito Cívico destina-se a agraciar aqueles que, em resultado de uma compreensão nítida dos deveres cívicos, contribuíram, de modo relevante, para os serviços da comunidade, nomeadamente nas áreas de ação social e cultural. Em São Jorge foram três os agraciados com esta insígnia, nomeadamente o Padre Manuel António dos Santos, a Filarmónica Clube União Instrução e Recreio e a Santa Casa da Misericórdia das Velas.
O Padre Manuel António dos Santos é natural de São Jorge, tendo sido ordenado em 1982 e sendo Ouvidor da ilha de São Jorge desde 1989. Para além da sua vida sacerdotal, destaca-se na vida da iha de São Jorge, em partiular do concelho da Calheta, pelas atividades que tem vindo a desempenhar ao longo da sua vida, como professor, Presidente da Caritas de São Jorge, fundador e dinamizador da Pousada da Juventude de São Jorge e, acima de tudo, o papel que ainda hoje desempenha como Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Calheta, um trabalho que o enche de orgulho e que o comove por tudo aquilo que foi sendo conquistado por muitos dos utentes desde que o Padre Mnauel António lá está.
Também a Santa Casa da Misericórdia das Velas viu reconhecido o seu trabalho que já vem sendo desenvolvido há 475 anos , sendo esta a quinta Instituição mais antiga dos Açores e a instituição privada de solidariedade social que mais contribuiu para a prática da caridade na ilha de São Jorge.
Destaque no passado para a criação do Hospital da Misericórdia, para a Farmácia da Misericórdia que ainda hoje serve a população das Velas, e para a sua principal valência no presente e já desde 1983, que é o Jardim de Infância, tendo também já aberto uma Creche e um Centro de Atividades de Tempos Livres.
Para Frederico Maciel, provedor da Santa Casa, esta Insígnia prestigia o trabalho da Misericórdia e dá força para continuar em frente.
Quanto à Filarmónica Clube União Instrução e Recreio, que conta com 150 anos de existência, é hoje uma das filarmónicas mais antigas dos Açores.
Esta Filarmónica foi fundada a 22 de fevereiro de 1869 sob a designação de “Teatro Topense”, que posteriormente em 1882 se alterou para “Harmónica Topense” e mais tarde para “Recreio Topense”. Finalmente, a 24 de setembro de 1896, passou a designar-se como “Clube União Instrução e Recreio”, designação que mantém hoje em dia.
Filamrónica esta que foi agraciada esta segunda-feira com a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico.
Liliana Andrade/RL Açores/ALRAA