Comemorações do 30º aniversário da Confraria do Queijo de São Jorge – Sustentabilidade, Produção e  Comercialização foram temas de destaque na abertura das “Jornadas do Queijo de São Jorge” (c/áudio)

No segundo dia reservado às comemorações dos 30 anos da Confraria do Queijo, o Presidente da Câmara Municipal de Velas, Luís Silveira que falava durante o painel de abertura das “Jornadas Queijo de São Jorge” destacou vários desafios que enfrenta este produto, frisando dois fatores principais: a produção e a comercialização, sendo o mais relevante, o produtor de leite, que por si mesmo também enfrenta algumas exigências na produção do leite cru.

Continuou por falar também do reconhecimento do queijo de São Jorge, cujo povo soube ao longo de 500 anos de história preservar a qualidade deste produto.

Por sua vez, de seguida veio discursar no painel de abertura o Autarca do Município da Calheta, Décio Pereira, começou por defender que não há outro produto que difunda tão bem os Açores como o queijo de São Jorge.

Para além disso, caracterizou o queijo de São Jorge como sendo um monumento, que engloba pastagens, vacas, caminhos agrícolas e tudo o que abrange a produção de queijo. Deixou um desafio ao Secretário Regional da agricultura, António Ventura, presente nas comemorações, para que tenha sempre em atenção a colaboração com os Municípios da ilha.

Terminou por fazer jus à importância dos atuais produtores de leite também serem gestores da biodiversidade, preservando-a.

De seguida, o presidente do Conselho de Administração da “LactAçores”, Pedro Tavares, disse que os produtores de leite de São Jorge têm uma tarefa mais difícil que os restantes da Região, pois a produção de leite é mais rigorosa e tem de respeitar certos parâmetros de qualidade. Daí “ser uma identidade que se quer preservada, reconhecida e valorizada”. Assim disse Pedro Tavares.

Enalteceu a trajetória do crescimento de reparação financeira que tem vindo a ser feita no setor agrícola, e que é resultado do profissionalismo, da dedicação e esforço por parte de produtores e Cooperativas.

Ora, o Presidente da “LactAçores” falou também em crescimento económico mas sustentável, sendo importante implementar novas estratégias de produção, de forma a reforçar a posição do queijo em novos mercados.

António Aguiar, Presidente do Conselho de Administração da “Uniqueijo”, da Cooperativa Finisterra e ainda Vice-presidente do Conselho de Administração da “LactAçores”, fez referência a uma medalha de bronze ganha pelo queijo de são Jorge em França, num concurso mundial de queijos. Logo de seguida, e para terminar, enumerou vários fatores que são decisivos para a crescente valorização do queijo produzido em São Jorge.

Para terminar o painel, o Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, António Ventura, disse que o queijo de São Jorge, ao puxar ilhas e freguesias precisa de uma orientação política, bem como outros agro alimentos da Região, pois sem agricultura, não há desenvolvimento nos Açores.

Falou ainda acerca da Lei do desenvolvimento rural, criada em 2008 mas, que de momento, se encontra desajustada de quem produz e transforma o leite na Região.

Por fim, sustentabilidade e alterações climáticas foram temas também presentes no discurso do Governante, que defende que sustentabilidade tem de estar lado a lado com competitividade.

Painel de abertura que aconteceu na passada terça-feira, no âmbito das comemorações do 30º aniversário da Confraria do Queijo de São Jorge. Evento que teve início na segunda-feira, dia 1 de novembro com a vigésima terceira cerimónia de entronização de novos Confrades da Confraria do Queijo de São Jorge.

Laura Cabral/RL Açores