Entrega de cartas de intenção de despedimento revela “ato de cobardia” do executivo da EPISJ para funcionários

Foram entregues esta semana catorze cartas de intenção de despedimento a funcionários da Escola Profissional da Ilha de São Jorge (EPISJ), cartas estas que são vistas como “um ato de cobardia pela própria direção” que em vez de ser a própria direção a entregar as cartas mandou entregá-las por outro funcionário da contabilidade, fez saber um dos funcionários em causa.

A RL Açores conseguiu contactar com este funcionário que pediu o anonimato por razões de índole pessoal e que afirmou que “este tem sido um processo muito desgastante com promessas todas as semanas de que o assunto iria ser resolvido”, tendo apenas esta situação criado “uma grande ansiedade nos funcionários em geral”.

Quanto ao conteúdo da carta, vinha patente na mesma a tal reunião do dia 10 de novembro onde se chegará a uma conclusão sobre os funcionários a serem dispensados.

O que não é compreendido por parte deste funcionário que falou para a RL Açores é o tempo de espera entre a carta e as negociações.

De salientar que o que mais incomodou os funcionários que receberam esta intenção de despedimento foi a forma como esta carta lhes foi entregue, tendo sido “nos corredores à frente dos próprios alunos, com funcionários a chorar nas escadas da própria escola”.

“E o pior de tudo”, de acordo com este funcionário, foi ter sido um funcionário da contabilidade a entregar estas cartas, o que na sua opinião só veio demonstrar “um ato de cobardia pela própria direção”.

O funcionário acusa ainda o Presidente do Conselho Executivo da escola de “nunca ter sido capaz de assumir perante todos qual o rol de possíveis funcionários a serem dispensados”.

“Tendo em conta o perfil de pessoas que comandam a escola”, não é esperado por este funcionário um desfecho mais favorável, não criando qualquer expetativa para um retrocesso neste despedimento coletivo.

A RL Açores teve ainda conhecimento que os salários estão em atraso, o de setembro e parte do subsídio de Natal do ano passado, bem como as bolsas dos alunos.

Quanto à comissão de trabalhadores a ser criada para a reunião do dia 10 de novembro, “nenhum dos funcionários se quer associar a um despedimento coletivo, logo não será criada a comissão”, segundo informação adiantada à RL Açores por este mesmo funcionário.

Liliana Andrade/RL Açores