Escola Profissional com défice diário de dois mil euros vai dispensar colaboradores (c/áudio)

A Escola Profissional da Ilha de São Jorge (EPISJ) “apresenta todos os dias uma despesa superior à sua receita na ordem dos dois mil euros”, afirmou Luís Silveira, salientando que de forma a “evitar o colapso definitivo da Escola” a solução é “dispensar colaboradores”.

O autarca falava na conferência de imprensa do primeiro ano de mandato, não podendo deixar de tocar num assunto que tanto continua a gerar polémica e desconforto interno e externo.

De acordo com Luís Silveira, no último ano, procedeu-se a um “trabalho de reestruturação profunda” para salvaguardar a sustentabilidade futura daquela unidade.

No entanto, o défice diário que a EPISJ apresenta não vem facilitar as contas.

“É difícil e doloroso, mas a forma de evitar o colapso definitivo da Escola é assumir a responsabilidade de ter que dispensar colaboradores”, revelou Luís Silveira.

O Presidente do Município não poupou críticas aos os últimos e anteriores executivos por terem recrutado pessoas sabendo “que bem sabiam não ter forma de lhes assegurar o seu posto de trabalho”.

Quanto aos despedimentos, o número ainda não está fechado, porque se está a tentar encontrar soluções para que se diminua o número de colaboradores a serem dispensados.

“O número preciso de colaboradores docentes e não docentes a dispensar ainda não está fechado, e não está fechado porque continua-se a trabalhar numa lógica de conseguir mais alguma oferta formativa que faça diminuir esse número de dispensa de pessoas”, explicou Luís Silveira.

Quanto ao processo de indeminizações, os órgãos diretivos da escola irão reunir com os colaboradores e negociar todas as formas deste processo que já foi iniciado.

Quanto às indeminizações em si têm de ser pagas e vão ser pagas de acordo com o autarca, mas como também referiu, “a verdade é que quando a Escola não tem dinheiro para pagar ordenados também não tem para pagar indeminizações” e, assim, “terá que negociar esse processo com os colaboradores”, de maneira a que fique tudo regularizado.

De salientar que Luís Silveira aproveitou ainda para esclarecer mais uma vez que a Câmara Municipal entendeu por bem dar uma palavra sobre a EPISJ, não sendo, no entanto, a sua detentora, uma vez que a Escola pertence à Associação de Desenvolvimento da Ilha de São Jorge, da qual a autarquia é sócia.

Liliana Andrade/RL Açores