Governo dos Açores aposta na concretização do núcleo museológico dos cabos submarinos na Horta, garante Avelino Meneses

O Secretário Regional da Educação e Cultura garantiu esta terça-feira, na Horta, que o Governo dos Açores tudo fará, em termos museológicos, para “manter bem viva a memória” do tempo dos cabos submarinos que, nos finais do século XIX, ligavam o velho e o novo mundo.

“Claro que gostaríamos que a abertura do núcleo museológico dos cabos submarinos da Horta ocorresse com a maior rapidez, até para darmos pronto cumprimento a uma determinação do órgão cimeiro da nossa Autonomia, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores”, frisou Avelino Meneses, acrescentando, no entanto, que as instalações que vão albergar esse projeto estarão afetas “prioritariamente” a atividades escolares, incluindo a Universidade Sénior, até à conclusão da segunda fase da Escola Básica e Integrada e à reconstrução do Lar das Criancinhas da Horta.

Avelino Meneses, que falava no 7.º Colóquio ‘A ilha do Faial no arco histórico do cabo submarino’, salientou que, “mesmo assim”, o processo de implementação na Horta de um núcleo museológico dos cabos submarinos “inclui em 2015 o registo de factos relevantes”, nomeadamente a classificação pelo Governo Regional dos Açores da ‘Trinity House’ como edifício de interesse público, a participação dos Açores, através do Faial, na exposição comemorativa do Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação, em Lisboa.

Esta exposição, integrada nas comemorações do 150.º aniversário da União Internacional das Telecomunicações, “catapultou os Açores, o Faial e a problemática dos cabos submarinos para um universo mais vasto, muito para além das incidências da história local”, afirmou o Secretário Regional da Educação e Cultura.

Avelino Meneses destacou também o trabalho desenvolvido pela Direção Regional da Cultura, em conjunto com outras entidades da sociedade faialense, numa “aposta” do Governo na concretização deste projeto, o qual “depende essencialmente do empenho de uma plêiade de faialenses interessada na recuperação de uma importante memória histórica”.

Na sua intervenção, o Secretário Regional realçou, ainda, o papel dos Açores, primeiramente da cidade de Angra do Heroísmo e depois da Horta, no processo da globalização, “fruto do posicionamento de privilégio no Atlântico Norte, muito favorecido pelo determinismo do mar, que transforma as ilhas em plataforma da descoberta de novas terras, mas, sobretudo, de rotas que unem povos, civilizações e continentes”.

“A partir da era de 700, o lustro angrense declina perante o crescimento do Faial”, ancorado na ampla e abrigada baía da Horta, que funciona como “plataforma de exportação” dos vinhos e aguardentes do Pico, “centro logístico da baleação internacional”, escala de hidroaviões, num “processo de amparo à navegação aérea”, e, antes ainda, de centro de amarração dos cabos submarinos, salientou Avelino Meneses, frisando que tudo isto reforçou “a identificação do Faial como um dos eixos do mundo, enquanto centro de processamento da informação que alicerça a globalização”.

GaCS/RL Açores