
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas destacou hoje, no Pico, a recente aprovação do regime jurídico de gestão dos recursos cinegéticos e do exercício da caça nos Açores, garantindo sustentabilidade a uma atividade com potencial para gerar riqueza e que funciona como complemento à oferta turística no arquipélago.
“Com este novo diploma pretende-se garantir a continuidade de uma caça sustentável, sem comprometer a atividade venatória, bem como contribuir para preservar a abundância das espécies cinegéticas existentes no território regional em níveis equilibrados”, afirmou João Ponte.
O Secretário Regional falava na abertura do 8.º Encontro Internacional de Galinholas e Narcejas, que decorre pela primeira vez nos Açores e reúne até quinta-feira mais de três dezenas de participantes de vários países para troca de conhecimentos sobre estas duas espécies.
Entre as medidas que constam do novo regime jurídico, João Ponte adiantou que, a partir de 1 de janeiro de 2019, será proibido caçar nas zonas classificadas como húmidas utilizando cartuchos carregados com granalha de chumbo.
“Implementou-se uma medida considerada necessária à proteção das zonas húmidas classificadas dos Açores, tendo em conta os compromissos que vinculam Portugal, decorrentes da ratificação da Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional”, frisou.
Na sua intervenção, o Secretário Regional afirmou ser essencial para a sustentabilidade da caça nos Açores uma “parceria duradoura” entre agricultores, caçadores e entidades públicas, por forma “a articularem e promoverem ações que sejam benéficas para todos”.
A ilha do Pico, pelas suas caraterísticas únicas e pela abundância de galinholas, tem registado “uma grande afluência” de caçadores, o que, segundo João Ponte, obriga a “uma particular atenção” à gestão da caça desta espécie.
Para o Secretário Regional, isso poderá ser feito “através do ajustamento dos períodos venatórios e da implementação de um sistema que permita alternar anualmente as zonas onde é permitido caçar galinholas”.
“Nos últimos anos temos vindo a investir muito na área da cinegética através da implementação de um sistema de gestão que assenta essencialmente no conhecimento atualizado sobre a biologia e a ecologia das nossas espécies cinegéticas e no estabelecimento de metodologias de censo para perceber a forma como a sua abundância evolui”, frisou o governante.
João Ponte salientou ainda que a exploração de atividades múltiplas da caça, agricultura e turismo surge, no panorama rural da Região, como uma nova oportunidade para o desenvolvimento económico e social e para a fixação de pessoas nas zonas rurais.
“O futuro da caça assenta num compromisso de continuar a administrar os recursos cinegéticos para garantir para as gerações futuras a sustentabilidade da atividade cinegética”, afirmou o Secretário Regional.
GaCS/RL Açores