O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou esta segunda-feira, no Luxemburgo, que a posição dos Açores é “muito clara” sobre os cortes propostos pela Comissão Europeia para a quota de goraz para os anos de 2017 e 2018, frisando que o Executivo açoriano é “terminantemente contra mais cortes”.
Fausto Brito e Abreu afirmou que o Governo Regional entende que “as 507 toneladas que neste momento estão disponíveis para os pescadores Açorianos são insuficientes para as necessidades socioeconómicas”, acrescentando que “é preciso dar tempo para que as medidas que já estão em vigor tenham o seu resultado”.
O Secretário Regional do Mar, que falava à margem do Conselho de Ministros das Pescas da União Europeia, reunião em que participou integrando a delegação nacional liderada pela Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, entregou ao Comissário Karmenu Vella o estudo sobre o impacto socioeconómico das reduções na quota de goraz realizado pelo Governo dos Açores, que será analisado pelos cientistas do Conselho Internacional para a Exploração do Mar [ICES] e técnicos da Comissão Europeia.
Brito e Abreu salientou ainda que, “até ao fim do mês de outubro, o Governo Regional vai apresentar os resultados do cruzeiro científico de análise do estado da população de espécies demersais dos Açores”, frisando que já existem indicações de que “a população de goraz está a dar sinais de recuperação em praticamente todas as áreas que foram amostradas e que cobrem as nove ilhas do arquipélago”.
O Secretário Regional do Mar destacou o facto de constar da agenda deste Conselho de Ministros das Pescas uma discussão sobre a posição que a União Europeia deve defender na próxima reunião da Convenção para a Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT), que realiza, em novembro, em Portugal, e onde serão abordados temas como o uso de tecnologias agregadoras de peixe, que afetam as migração dos atuns ao longo da costa africana e que podem afetar a sua pescaria nos Açores.
Nesse sentido, o titular da pasta das Pescas salientou a “importância” de Portugal defender que “deve haver mais restrições ao uso destas tecnologias e que a pesca industrial, com redes de cerco, deve ser tratada de forma diferente da pesca com arte de salto e vara que é praticada nos Açores”, posição que é sufragada pelo Governo e pelos pescadores Açorianos.
GaCS/RL Açores