O Secretário Regional do Turismo e Transportes afirmou hoje, na Horta, que a segurança é um dos bens mais preciosos ao nível dos transportes, assegurando que o Governo dos Açores trabalha continuamente para a reforçar.
“É para essa segurança que nós estamos a trabalhar continuamente, no sentido de a reforçar, de adotar todas as medidas complementares que vierem a mostrar-se necessárias para que situações similares não se voltem a acontecer nos portos da Região”, afirmou Vítor Fraga, numa intervenção na Assembleia Legislativa durante uma interpelação ao Governo sobre o relatório do acidente com o navio ‘Gilberto Mariano’ no Porto de São Roque do Pico.
O titular da pasta dos Transportes, questionado sobre a responsabilidade política, bem como sobre a manutenção da confiança no presidente da empresa Portos dos Açores, frisou que existiriam responsabilidades “se alguma vez eu ou o sr. engenheiro Fernando Nascimento, ou quem quer que seja, tivesse sido alertado que havia um procedimento que estava a ser mal adotado, que havia um mau estado de conservação dos elementos dos portos e não tivessemos feito nada no âmbito das nossas funções para que essas situações fossem corrigidas”.
Nesse sentido, assegurou que “essa situação nunca ocorreu”, acrescentando que “a bem da verdade, durante 30 anos o tipo de manutenção e de inspeção que foi feita nos portos dos Açores, até ao dia do acidente, mostrou-se sempre eficaz, porque nunca tivemos nenhuma situação trágica que pusesse a segurança das pessoas e bens em causa”.
Vítor Fraga salientou também que “está a ser elaborado um estudo, por uma entidade externa, destinado a quantificar o dimensionamento necessário nos cabeços, na rampa [roll-on/roll-off], nomeadamente quanto à tipologia, capacidade e localização, tendo por base os esquemas de amarração dos navios ‘Mestre Simão’ e ‘Gilberto Mariano’, frisando que esse estudo deverá estar concluído “no final deste mês ou no decorrer do mês de julho”.
O Secretário Regional acrescentou que foi igualmente solicitado ao Instituto da Soldadura e Qualidade “um estudo tendente ao cabal esclarecimento do estado de conservação e propriedades mecânicas de um cabeço de amarração homólogo ao que colapsou a 14 de novembro, tendo sido posteriormente solicitado o alargamento do âmbito desse estudo, no sentido de se realizarem ensaios e análises para avaliar a resistência mecânica do mesmo cabeço, de forma a confirmar a informação existente constante dos elementos disponíveis do projeto original de construção do Porto de São Roque que, como todos sabem, é da década de 80”.
Vítor Fraga revelou ainda que, nos portos do Triângulo, “já foi efetuado um levantamento das condições de todos os cabeços, com registo documental e fotográfico”.
“Em termos de manutenção preventiva, e para corrigir a situação de falta de registo da manutenção que é efetuada, foi adotado pela Portos dos Açores o software ‘ManWinWin’, que faz precisamente o registo e a gestão de manutenção de todos os elementos, incluindo os elementos de amarração”, afirmou.
Paralelamente, segundo Vítor Fraga, “foi adotado o plano de inspeção de equipamentos de amarração ‘Unified Facilities Criteria Experimental of Marine Hardware’, das Forças Armadas dos EUA, com as adaptações relevantes, sendo que, para este caso, foi criado uma equipa específica, transversal a toda a organização da Portos dos Açores, que vai fazer estas inspeções a todos os cabeços dos portos com transporte de passageiros, dos portos de transporte de mercadorias e das marinas que estão sob responsabilidade da Portos dos Açores”.
GaCS/RL Açores