Governo “incapaz” de explicar “gestão desastrosa” da SINAGA

O PSD/Açores lamentou esta segunda-feira que o governo regional seja “incapaz” de explicar a “gestão desastrosa” da SINAGA, que levou a empresa a acumular “milhões de prejuízos e dívidas” e a pôr em “sério risco” a produção de açúcar.

“O governo regional é incapaz de explicar porque é que, seis anos após comprar a maioria do capital da SINAGA, a empresa acumulou dezenas de milhões de prejuízos e dívidas, que os contribuintes açorianos vão ter que pagar, e reduziu para metade a área cultivada de beterraba, pondo assim em risco uma cultura secular da ilha de São Miguel”, afirmou o deputado social-democrata Renato Cordeiro.

O deputado do PSD/Açores, que falava após uma audição parlamentar ao secretário regional da Agricultura sobre a SINAGA solicitada pelos social-democratas, salientou que a empresa está numa situação de “total estrangulamento de tesouraria”, devido uma “gestão desastrosa” que leva o governo regional a “ponderar a hipótese de encerramento da fábrica e o abandono da cultura de beterraba sacarina”.

“A administração da SINAGA prevê prejuízos de 16 milhões de euros nos próximos três anos, a somar aos mais de 22 milhões de passivo já acumulados. Estes números, por si só, seriam mais que suficientes para comprovar o absoluto fracasso que foi a intervenção do governo regional na SINAGA”, disse.

Renato Cordeiro sublinhou que “a realidade é ainda mais preocupante” que aquilo que a situação financeira da empresa mostra, dado que a produção de açúcar está “em queda livre”.

“Na campanha de 2009, antes da entrada do governo regional na SINAGA, a área cultivada de beterraba foi de 170 hectares. Em 2016, a área cultivada não vai ultrapassar os 90 hectares”, referiu.

O deputado do PSD/Açores acrescentou que a SINAGA “está a chegar ao ponto de trocar a produção pela compra de açúcar já refinado no exterior, limitando-se a embalar o produto”.

Renato Cordeiro considerou igualmente que o secretário regional da Agricultura “também não explicou porque razão a SINAGA ficou, na segunda quinzena de maio, sem açúcar para abastecer o mercado regional”.

O deputado social-democrata lamentou ainda que o PS tenha chumbado o pedido de audição do vice-presidente do governo regional sobre a situação da SINAGA, lembrando que “tem a tutela do setor público empresarial regional”.

GI PSD Açores/RL Açores