Governo Regional desafia distribuição a apostar mais nos queijos locais e a indústria a acompanhar as novas tendências

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas desafiou esta segunda-feira, em Lisboa, a distribuição de queijo em Portugal a apostar ainda mais nas produções locais e a indústria a acompanhar as novas tendências de mercado e as opções de escolha dos consumidores.

“É importante que a distribuição aposte ainda mais nas produções locais. É imprescindível que a indústria acompanhe as novas tendências dos mercados e as opções de escolha dos consumidores, que estão em constante evolução”, afirmou João Ponte, na cerimónia de entrega dos prémios do concurso Queijos de Portugal 2017.

Na sua intervenção, João Ponte considerou também fundamental que as indústrias encontrem nichos de mercado para os queijos locais, que valorizem o produto, mas também o leite ao produtor, “porque não há indústria sustentável que possa sobreviver sem produtores”.

Para o Secretário Regional, outro importante desafio no futuro próximo passa por fidelizar os consumidores às produções nacionais.

“Temos, contudo, de contar com a alteração dos hábitos alimentares, principalmente dos jovens, com a concorrência das linhas brancas, com as campanhas negativas de consumo de produtos lácteos e que estamos a operar num mercado nacional de reduzida dimensão”, salientou João Ponte, considerando que Portugal “continua ainda a importar muito queijo e nem sempre valoriza as produções nacionais”.

Atualmente, Portugal importa anualmente cerca de 51 mil toneladas de queijo, sendo os Açores responsáveis por 50% do queijo produzido no país, ou seja, 29 mil toneladas.

Para João Ponte, estes dados demonstram bem que há efetivamente boas oportunidades para os queijos açorianos conquistarem ainda mais mercado no todo nacional.

O titular da pasta da Agricultura salientou que a realização anual de um concurso de queijos tem sido “fundamental para a divulgação da qualidade e da diversidade dos queijos produzidos em Portugal”, contribuindo para estimular a afirmação e desenvolvimento da indústria queijeira nacional.

Neste âmbito, adiantou que, em 2018, os Açores terão um concurso regional de queijos, com o objetivo de aumentar a notoriedade da produção, a sua promoção e valorização, facilitando, igualmente, a entrada dos queijos açorianos em novos mercados.

“É amplamente conhecido que os Açores produzem queijos de excelência. Os prémios nacionais e internacionais que os queijos açorianos têm ganho atestam isso mesmo”, frisou João Ponte.

A edição 2017 do concurso Queijos de Portugal foi disputada por 193 queijos, dos quais 20 dos Açores, em 20 categorias.

O queijo Azul, da CALF Faial, ganhou o primeiro prémio na categoria ‘Queijo Vaca Cura Normal’ e o queijo Lourais, da Cooperativa Agrícola de Laticínios dos Lourais, de São Jorge, venceu na categoria ‘Queijo Ilha’.

Os queijos açorianos receberam ainda cinco menções honrosas.

Na categoria ‘Queijo Vaca Cura Prolongada’ foram distinguidos o queijo Capelinhos, da CALF Faial, e o queijo Morião, da Quinta dos Açores, enquanto na categoria ‘Queijo Ilha’ receberam menções honrosas o queijo Beira, da Uniqueijo, e o queijo São Miguel, da Unileite.

O queijo ValeFormoso Ervas e Alho, da Insulac, recebeu uma menção honrosa na categoria ‘Queijo para Barrar’.

GaCS/RL Açores