“Foram as governações socialistas a conduzir o setor cooperativo leiteiro da Região à atual situação de risco e preocupação”, disse esta quinta-feira o deputado do PSD/Açores Renato Cordeiro, durante a apresentação de um relatório sobre a situação atual e a perspetiva futura das cooperativas açorianas.
“Em ilhas como Pico, Flores, Faial e São Jorge, o sobredimensionamento das indústrias revelou uma enorme falta de sensibilidade. E isso é da inteira responsabilidade do partido socialista, que sustentou os governos que aprovaram os projetos das cooperativas locais”, adiantou.
“Analisando todo o setor, facilmente se percebe que houve no passado um planeamento megalómano, quase sempre resolvido com “dinheiro sobre o assunto”, e em que se “varreu o mal para debaixo do tapete”. Admiravelmente, o agora secretário da agricultura não está disponível para pagar dívidas de cooperativas que tenham decorrido dos atos de gestão das mesmas”, citou Renato Cordeiro.
“Com esta má gestão estratégica, criou-se um ciclo difícil de quebrar”, avançou o parlamentar, indicando “o sobredimensionamento das estruturas e o elevado custo energético” como causadores “de dívidas bancárias e de um sufoco financeiro, com atrasos aos fornecedores e produtores, e uma reduzida rentabilidade da indústria”, disse.
E deu como exemplo, “a Lactopico, onde se incentivou um projeto com uma estrutura gigantesca, para produzir queijos de baixo valor acrescentado e empregando em época de campanha 40 pessoas, quando só poderia ter metade, e despedindo pessoas a seguir. Brincou-se com a vida dos açorianos”, criticou o deputado.
“Numa época em que se defende uma indústria sustentável com o meio ambiente, faltam estratégias de redução de custos energéticos a cada uma das nossas cooperativas. Falta informação dos mercados que importam os nossos produtos lácteos, assim como a possibilidade de alcançar outros locais, onde os apoios ao transporte terão de ser adequados às novas realidades”, acentuou.
O deputado do PSD/Açores lembrou ainda que a “Marca Açores”, “devia ser uma condição imposta nas grandes superfícies de distribuição como uma salvaguarda do que é nosso. Mas apenas se o processo de certificação já tivesse passado do papel para uma ferramenta de promoção. E não outra promessa adiada”, frisou.
“O trabalho de anos que a lavoura teve para progredir, começa agora a regredir com este governo”, concluiu Renato Cordeiro.
PSD Açores/RL Açores