
O presidente da Câmara do Comércio da Ilha de São Jorge, Mário Veiros, alertou que há empresas na ilha que podem fechar se não forem adotadas “medidas urgentes” para mitigar os impactos económicos da crise sísmica.
“No caso do turismo, há uma série de serviços turísticos que são unipessoais, no máximo com duas pessoas, que prestam serviços de turismo de aventura, entre outros, e que se perderão, porque não faturam devido a terem tido o último cliente em outubro”, refere o representante dos empresários jorgenses.
Mário Veiros aponta que “neste momento, o setor mais afetado, em que se sentiu mais rapidamente o impacto desta crise, foi o setor turístico”, havendo “cancelamentos que vão até junho e outros até agosto”.
O empresário fala num efeito contágio do turismo a todos os outros setores, como a hotelaria e restauração, bem como ao comércio.
Defende, por isso, a necessidade de adoção de medidas imediatas para “salvaguardar as empresas que existem” e que, para além da crise sísmica, estão a ser afetados pela pandemia de covid-19 e pela situação resultante da intervenção militar na Ucrânia.
Mário Veiros defende a capitalização das empresas, que “tem que ser total ou parcialmente a fundo perdido, para garantir a tesouraria”, a par de medidas similares às adotadas para fazer face à pandemia da covid-19, visando a manutenção de emprego.
É “desejável que se acelere os pagamentos dos apoios no âmbito da pandemia da covid-19”, a par da adoção do ‘lay-off’ para algumas empresas, segundo Mário Veiros, que já pediu uma audiência ao presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro.
Para além do turismo, a economia da ilha de São Jorge carateriza-se por uma indústria de lacticínios que produz o premiado queijo de São Jorge, bem como por uma unidade de transformação de atum em conservas, que são alvo de exportação.
São Jorge integra o denominado Triângulo, que contempla também as ilhas vizinhas do Pico e Faial, um conjunto muito procurado em termos turísticos para além do mercado da ilha de São Miguel.
AO /RL Açores