O Bloco de Esquerda assinala que o investimento no Faial para 2023 vai ter uma redução de 20 milhões de euros em relação a 2022, e salienta que a ilha foi esquecida pelos partidos de direita, que agora estão no poder na Região e na autarquia da Horta.
“O investimento para a ilha do Faial no próximo ano tem um corte de 20 milhões de euros. É preciso recuar a 2013 – o tempo da intervenção da troika no país – para encontrar um investimento público tão baixo na ilha do Faial”, disse António Lima.
Cortar 140 milhões de euros no investimento na Região, 20 dos quais na ilha do Faial, “é uma opção errada”, diz António Lima, porque significa menos investimento na Saúde, na Educação e na Cultura, por exemplo.
António Lima referiu mesmo que seria possível fazer muitos investimentos importantes recorrendo a endividamento, sem aumentar o endividamento líquido da região, para avançar com projetos que são financiados por fundos comunitários.
Em declarações aos jornalistas no fim de uma visita de dois dias à ilha do Faial, e após reunir com a administração da Unidade de Saúde da Ilha do Faial, António Lima manifestou preocupação com a falta de recursos humanos, nomeadamente com a falta de médicos de família.
“A cobertura de médicos de família está longe dos 100%. Há cerca de 3 mil utentes sem médico de família e mais uma vez se constata, em mais uma ilha, que os concursos anunciados pelo governo – quase como se se tratasse de contratações – ficam desertos”, lamentou o deputado.
“O esquema de incentivos criado por este governo não resulta. Se resultasse, os médicos teriam mais interesse em concorrer a estas vagas e a população do Faial já estaria com uma melhor cobertura de médicos de família”, acrescentou.
Ainda sobre recursos humanos na área da Saúde, António Lima mostrou-se preocupado pelo facto haver vários trabalhadores precários, que foram muito importantes para garantir o funcionamento do Serviço Regional de Saúde durante a pandemia, que serão agora descartados pelo Governo Regional.
O Bloco reafirma que vai propor um mecanismo de integração destes trabalhadores em todas as ilhas.
A falta de investimento público tem efeitos também ao nível das infraestruturas na Educação. António Lima deu o exemplo do auditório da Escola Manuel de Arriaga – uma infraestrutura fundamental para o funcionamento da escola – que está fechado há meses devido aos danos provocados por infiltrações que provocaram a queda de painéis do teto.
É verdade que “este governo de direita herdou do governo do PS infraestruturas degradadas”, mas também é verdade que “está a deixar que elas se degradem mais, ao não fazer nada e empurrar com a barriga estes investimentos que são necessários”, assinalou o deputado.
GIBE Açores/ RL Açores