
O PSD/Açores alertou hoje para o facto do número de doentes em lista de espera para cirurgia ter ultrapassado os 10 mil, considerando que este é um problema que “muito aflige” os utentes do Serviço Regional de Saúde.
“Na região há 10.283 doentes inscritos para uma cirurgia. Este não é número abstrato. São pessoas em sofrimento e que esperam, muitas delas, há anos para serem operadas. Algumas delas, como acontece no hospital de Ponta Delgada, esperam desde 2010”, afirmou o deputado social-democrata Luís Maurício, após uma visita do grupo parlamentar do partido ao hospital da Horta, na ilha do Faial.
O parlamentar do PSD/Açores, que citava dados de 29 de fevereiro deste ano, salientou que o número crescente de açorianos que aguardam por uma intervenção cirúrgica nos hospitais da Região mostra que “esta é uma questão que continua por resolver por parte do governo regional e que muito aflige as pessoas”.
Luís Maurício referiu que o PSD/Açores defende que se faça na Região o que já acontece nos hospitais do continente, “em que os doentes são operados seis meses depois de estarem inscritos e não ao fim de anos de espera, como acontece nos Açores”.
O deputado social-democrata denunciou também a “falta de liderança” na política de Saúde do governo regional, o que está a gerar uma “inércia” no funcionamento do setor.
“Se houvesse liderança na política de Saúde da Região a presidente do conselho de administração do hospital da ilha Terceira, que se demitiu, já teria sido substituída. A presidente do conselho de administração da Saudaçor, que saiu, já deveria ter sido substituída. Passam-se meses, as pessoas não são substituídas e gera-se naturalmente uma inércia na gestão das instituições”, afirmou.
O parlamentar do PSD/Açores deu também os exemplos de outras demissões em cargos de chefia do Serviço Regional de Saúde que ainda não foram colmatadas, tendo considerado que esta situação resulta de uma “absoluta falta de liderança na gestão da Saúde na Região”.
“O diretor técnico da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, que coordenava a componente médica, demitiu-se e não foi substituído. O diretor do bloco operatório do hospital de Ponta Delgada, que está demitido, já deveria ter sido substituído”, sublinhou.
Relativamente à deslocação de médicos especialistas ao hospital da Horta, o deputado social-democrata revelou que, segundo a administração desta unidade de saúde, sempre que não haja deslocação de especialistas à ilha do Faial, são pagas pelo hospital, quando clinicamente se justifique, as consultas a médicos privados que exercem na Horta.
“Sendo certo que esta atitude não representa uma violação do Estatuto do Serviço Regional de Saúde, é premente questionar se não era mais correto, por representar a possibilidade do atendimento de um número muito maior de doentes, incentivar a vinda de especialistas ao hospital da Horta e aos centros de saúde das ilhas sem hospital, que o governo, por via da legislação que aprovou, acabou por bloquear”, disse.
GI PSD Açores/RL Açores