
Zuraida Soares, antiga coordenadora e primeira deputada do Bloco de Esquerda Açores, faleceu este sábado, vítima de doença ptolongada. Zuraida Soares destacou-se também como defensora dos direitos sociais, dos direitos das mulheres, da autonomia dos Açores e era uma lutadora “por uma sociedade e por uma terra sem amos”.
Zuraida Soares nasceu em 26 de julho de 1952. Era professora, tinha 67 anos, e faleceu vítima de doença prolongada.
Licenciada em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, formou-se posteriormente em Ciências da Educação e pós-graduou-se em Filosofia Contemporânea e Filosofia Medieval.
Foi professora do ensino secundário durante 23 anos e docente na Universidade dos Açores. Coordenou o Centro Comunitário de Apoio ao Imigrante/Cresaçor, antes de ser eleita deputada para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Foi coordenadora do Bloco de Esquerda Açores, entre 2004 e 2014, e membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, até à X Convenção Nacional.
Eleita deputada regional, pela primeira vez em 19 outubro 2008, foi reeleita em 14 de outubro de 2012 e 16 de outubro de 2016.
Deixou o Parlamento dos Açores em 20 de setembro de 2018, tendo sido aplaudida de pé.
“Por uma sociedade e uma terra sem amos”
Quando Miguel Portas faleceu, em 2012, Zuraida Soares escreveu “o Bloco chegou-me pela tua mão” e salientou: “contigo, porque não concebo outra maneira de te prestar homenagem que não seja esta: reinventar, a cada momento, todas as lutas possíveis, em nome da dignidade humana e da construção de um mundo sem donos”.
Zuraida Soares era uma firme defensora da Autonomia dos Açores, considerando-a “filha dileta da Democracia”, e para ela a “açorianidade também é luta”, como escreveu num artigo publicado no esquerda.net em junho de 2017, onde apontava criticamente que a violência doméstica é superior ao resto do país.
Na despedida do parlamento açoriano afirmou: “Não há nada que dê mais colorido e força à vida do que lutar por uma sociedade mais digna, mais democrática, mais humana, mais tolerante, mais decente, e sobretudo, no fim, por uma sociedade e por uma terra sem amos”.
Esquerda.net/RL Açores
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