Assinala-se esta terça-feira, dia 3 de dezembro, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. De forma a assinalar esta data, a Associação para Apoio à Criança Com Necessidades Educativas Especiais promoveu, este domingo, no Auditório Municipal das Velas, uma palestra sob o tema “Desporto Adaptado” com a participação do atleta paralímpico mais medalhado do mundo, o português Lenine Cunha.
Lenine Cunha teve uma meningite aos quatro anos de idade que o levaram a perder algumas faculdades, como o andar e até mesmo a fala, tendo vindo a recuperar, mas vindo depois a ser-lhe diagnosticado uma deficiência intelectual.
Posto isto, foi a sua mãe que o incentivou a encontrar no Desporto a força para continuar e ultrapassar todos os obstáculos que a vida lhe foi colocando no caminho.
Em entrevista à RL Açores, o atleta que conta com mais de 200 medalhas arrecadadas em competições nacionais e internacionais, falou um pouco sobre o seu percurso de vida.
Lenine Cunha é um dos Embaixadores de uma Campanha Mundial para a Meningite “Win for Meningitis”, com o atleta a destacar a importância da vacinação hoje em dia e que na altura em que foi vítima desta doença, na década de 80, não existia.
O atleta paralímpico de 37 anos falou ainda dos seus objetivos para o futuro, assumindo estar em fim de carreira, mas não estando ainda pronto para baixar os braços, garantindo que vai continuar a lutar.
Terminada a carreira, Lenine Cunha pensa em ser treinador e continuar a lutar pela inclusão, frisando que, acima de tudo, somos todos iguais.
As 203 medalhas internacionais foram ganhas ao longo dos últimos anos em várias provas. Mas há algumas que, pela importância das competições, destacam-se das restantes. As mais importantes foram o bronze nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012 (salto em comprimento), um ouro, uma prata e um bronze nos Campeonatos Mundiais de Atletismo Paralímpicos e mais três (dois bronzes e uma prata) nos Campeonatos Europeus de Atletismo Paralímpico.
Liliana Andrade/RL Açores