Novo Entreposto Frigorífico é “bom alicerce para o desenvolvimento das Pescas”, afirma Vasco Cordeiro

 

O Presidente do Governo dos Açores inaugurou, sábado, o novo Entreposto Frigorífico de Ponta Delgada, um investimento de cerca de cinco milhões de euros que, à semelhança de outros realizados em toda a Região, constitui “um bom alicerce para o desenvolvimento do setor das Pescas”.

“Esta infraestrutura, além de se tratar do cumprimento de um compromisso que está, agora, em condições de servir o setor, vai também, pelas suas caraterísticas, dar um contributo importante para as Pescas nos Açores”, afirmou Vasco Cordeiro.

O novo Entreposto Frigorífico de Ponta Delgada, que permitiu a recuperação de uma área degradada de cerca de 3.500 metros quadrados na freguesia de Santa Clara, disponibiliza dois túneis de congelação estáticos, com capacidade superior a 20 toneladas por dia, e uma câmara de conservação de pescado fresco de 50 toneladas, além de produzir 10 toneladas diárias de gelo e possuir uma capacidade de armazenagem de gelo de 20 toneladas em silo automático.

Possui, ainda, quatro câmaras de conservação de congelados, assim como três tanques de congelação em salmoura, com capacidade total para mais de 30 toneladas diárias.

“Todas estas caraterísticas fazem deste investimento um bom alicerce para o desenvolvimento futuro deste setor”, assegurou o Presidente do Governo, ao salientar que não é, porém, pelo facto de esta infraestrutura estar construída que os desafios com que o setor das Pescas está confrontado ficam resolvidos.

“Este é um bom contributo para que possam cumprir-se um conjunto de objetivos que estão definidos, quer da parte da Governo, quer naquela que tem sido uma parceria estabelecida com diversas instituições representativas do setor, quanto à forma como se devem ultrapassar estes desafios”, afirmou Vasco Cordeiro.

Na sua intervenção, o Presidente do Governo destacou um conjunto de intervenções nesta legislatura destinadas à valorização do pescado e a garantir melhores condições de segurança e de trabalho para os pescadores, apontando os exemplos dos investimentos efetuados nos portos da Horta, da Madalena, de São Mateus e da Praia da Vitória, assim como a requalificação das lotas de Vila do Porto, em Santa Maria, e da Madalena, no Pico.

Estes investimentos, a que se somam outros desenvolvidos por toda a Região, beneficiam e valorizam diretamente mais de 95 por cento do total do pescado descarregado nos portos das ilhas, sublinhou.

Segundo disse, outro dos desafios que o Governo elegeu nesta legislatura como central tem a ver com a valorização do preço do pescado, uma componente em que se verificou uma evolução, já que, entre 2012 e 2016, registou-se um aumento do preço médio do pescado na primeira venda em lota, que passou de 2,86 euros para 4,14 euros.

“Interessa que a análise destes números vá mais fundo, porque, apenas por estes números, não podemos concluir que o rendimento dos pescadores aumentou e que o setor vive tempos de grande rentabilidade”, disse Vasco Cordeiro.

De acordo com o Presidente do Governo, há um conjunto de desafios que, apesar deste progresso, afetam ainda o setor, nomeadamente ao nível da escassez de recursos e do impacto de um conjunto de decisões externas à Região, muitas das quais derivam do desconhecimento que a União Europeia, efetivamente, tem da atividade das pescas no arquipélago.

Vasco Cordeiro adiantou, por outro lado, que o Governo dos Açores coloca muita expetativa no contributo dos Grupos de Ação Local nas Pescas e no aprofundamento da parceria que se tem estabelecido com a Universidade dos Açores, uma vez que o conhecimento científico constitui uma base essencial no relacionamento com as instituições comunitárias na defesa dos interesses da Região.

Apontou, ainda, o exemplo da uniformização do preço dos combustíveis para o gasóleo das pescas, que reduziu em 10 cêntimos por litro o valor pago pela frota local.

“Vencer os desafios com que o setor está confrontado passa muito por uma postura permanentemente atenta e lúcida quanto àquelas que são as fragilidades deste setor e às suas potencialidades”, disse o Presidente do Governo, que concluiu a sua intervenção com a convicção de que o novo Entreposto Frigorífico estará ao serviço da “melhoria do rendimento e da atuação de todos os intervenientes no setor, desde os pescadores até aqueles que, na cadeia da atividade das pescas, contribuem também para a criação de riqueza e de emprego na Região”.

GaCS