O Bloco de Esquerda defende que “a gestão das cantinas das escolas não pode ser um negócio” e “a qualidade tem que estar em primeiro lugar”

O Bloco de Esquerda considera que é importante baixar o preço das refeições nas cantinas das escolas – como foi hoje aprovado no parlamento – mas alerta que é igualmente importante assegurar mais qualidade nestas refeições. Vera Pires considera que “a gestão das cantinas das escolas públicas não pode ser um negócio” e que “a qualidade tem de estar em primeiro lugar”.

A deputada do Bloco referiu que as queixas de alunos e encarregados de educação relativamente às refeições fornecidas nas escolas são recorrentes, nomeadamente no que diz respeito à quantidade e à variedade dos produtos, mas também à qualidade destes.

A principal razão para a menor qualidade das refeições escolares prende-se com o facto de a sua confeção ser entregue a empresas, através de concursos em que o preço mais baixo é o principal critério de escolha”, o que leva a uma “lógica cega de redução de custos”.

Os critérios não podem ser reduzidos apenas ao preço, porque o preço mais baixo também tem custos: custos de falta de qualidade que são pagos pelas crianças!”, disse a deputada Vera Pires.

Do ponto de vista nutricional, de saúde e até de combate às consequências das desigualdades sociais e da exclusão, as refeições escolares são fundamentais para muitascrianças, pois muitas vezes é na escola que elas podem ter a sua única refeição equilibrada do dia, sendo inquestionável o papel da nutrição no aproveitamento escolar”, por isso – lembrou a deputada – o assunto tem merecido a atenção do Bloco, “quer com a denúncia de inúmeras situações de falta de qualidade, quer através da elaboração de iniciativas legislativas que procuram soluções”.

O Bloco continua, por isso, a defender que “devem ser criadas as condições necessárias para que as escolas possam voltar a confecionar as refeições nas suas próprias instalações”, garantindo, assim, que, quer o preço, quer a qualidade das refeições são da responsabilidade da tutela.

Por proposta do Bloco, ficou assegurada na legislação a obrigatoriedade de haver uma opção vegetariana completa nas ementas diárias: esta é uma opção saudável, que deve poder chegar não apenas às pessoas com alimentação estritamente vegetariana, mas a toda a população escolar, garantindo adicionalmente maior variedade e possibilidade de escolha.