
A Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, após audição dos parceiros do setor, decidiu suspender, entre 28 de julho e 30 de setembro, a pesca dirigida ao goraz por embarcações da ilha de São Miguel, com a exceção das embarcações com quota individual atribuída.
Uma portaria publicada esta quarta-feira em Jornal Oficial procede à interrupção temporária da pesca de goraz em São Miguel, onde já foi preenchida mais de 90% da quota atribuída a esta ilha, permitindo, no entanto, descargas desta espécie como captura acessória à pesca de espécies de profundidade, até ao máximo de 5% do total da pescaria efetuada.
O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia salientou que este período de interdição é “uma medida de gestão” que pretende “salvaguardar o que resta da quota de São Miguel mais algum tempo, uma vez que o preço médio desta espécie tende a subir nos próximos meses”.
Fausto Brito e Abreu frisou que, nos primeiros seis meses deste ano, “este conjunto de embarcações da ilha de São Miguel capturou praticamente a mesma quantidade de goraz e peixão do que em todo o ano de 2015”, relembrando que os Açores sofreram este ano “uma redução de quota de 25%”.
O titular da pasta das Pescas salientou ainda que, na primeira metade deste ano, a pescaria do goraz “atingiu volumes de captura invulgarmente elevados em toda a Região”, acrescentando que “poderá ser um indício de que o stock desta espécie pode estar a recuperar”.
A Região dispõe, este ano, de 507 toneladas de quota de captura de goraz, que foram repartidas pelo conjunto da frota do arquipélago, ilha por ilha.
De acordo com o Presidente da Federação das Pescas dos Açores, Gualbeto Rita, “Em São Jorge já ficou interdita a pesca do goraz há cerca de um mês atrás porque esgotaram a sua quota, na Terceira há algumas embarcações que já deixaram de pescar porque atingiram a quota. No Pico já está na ordem dos 85%. Ou seja, muito em breve vai haver essa inibição na pesca”, tal como afirmou Gualberto Rita.
Gualberto Rita lembrou que o goraz representa “25% do rendimento dos pescadores” e que existia a expetativa de aumentar a quota para o próximo ano “para, pelo menos, 678 toneladas”, mas os “dados científicos” que têm sido comunicados à Comissão Europeia não têm ajudado o sector.
GaCS/AO/RL Açores