Presidente da Associação de Agricultores da Ilha de São Jorge defende aumento do preço do leite e da produção (c/áudio)

Em São Jorge o leite é pago a 24 cêntimos por litro aos produtores, facto que fez com que o ano agrícola na ilha ficasse “muito aquém” das expetativas, como adiantou João Sequeira. No entanto, o presidente da Associação de Agricultores da Ilha de São Jorge afirmou que no fim do ano as coisas melhoraram um pouco com a regularização dos pagamentos aos produtores.

“Não vou dizer que melhorou significativamente mas para o fim do ano melhorou em relação ao pagamento do leite, porque antes eram levados seis e sete meses para pagar aos produtores”, sendo que “a determinada altura começaram a pagar mais atempadamente, a 90 dias”, referiu.

Contudo, o presidente da Associação de Agricultores acrescentou que “o ano agrícola ficou muito aquém daquilo que os jorgenses pretendem”, uma vez que “nos açores o nosso leite é o que é mais mal pago”, afirmou.

“Sempre acreditei que se lutarmos por aquilo a que temos direito as coisas mudam” frisou João Sequeira, defendendo que é necessário que todos se unam e que tentem subir o preço pago à produção.

O presidente da Associação de Agricultores defende que o leite seja pago acima dos 30 cêntimos de forma a fazer jus “à qualidade da produção na ilha”.

Para além disso, João Sequeira defende igualmente o aumento da produção, dizendo mesmo que “era preciso aumentar a produção pelo menos para mais 4 milhões de litros de leite”, o que na sua opinião “seria fantástico também para contabilizar as despesas”.

Recorde-se que em novembro do ano passado, o presidente da União de Cooperativas, António Aguiar, afirmava, em declarações à Rádio Pública, que as fábricas de lacticionios da ilha tinham capacidade para laborar mais dez milhões de litros de leite, estando na altura a transformar 26 milhões de litros.

João Sequeira referiu ainda que o baixo preço do leite não incentiva em nada os jovens que estão a iniciar agora a sua atividade.

Liliana Andrade/RL Açores