
Estar ao serviço da Região é o objetivo do Hospital Internacional dos Açores (HIA) que abriu as suas portas esta segunda-feira, na Lagoa, naquele que acabou por ser um investimento de cerca de 40 milhões de euros, mais 10 milhões do que inicialmente previsto, devido a alterações ao projeto inicial, nomeadamente, com o aumento da capacidade instalada ao nível do internamento, na área da imagiologia, no reforço da sala híbrida e a criação de um hospital de dia oncológico.
“Havia uma escassez em algumas áreas que nós tínhamos identificado e agora somos capazes de ter um investimento próximo doa 40 milhões de euros, e naturalmente que um investimento nessa ordem não é recuperado a curto prazo. Este é um projeto estruturante e como qualquer projeto estruturante, acaba por ter uma finalidade muito mais de médio e longo prazo do que curto prazo.” Explica Luís Miguel Farinhas, Presidente do Conselho de Administração do HIA.
Com a criação de rentabilidade a não ser para já preocupação, uma vez que se trata, segundo o Presidente do Conselho de Administração, de um investimento privado sólido.
“Um projeto deste tipo cria rentabilidade a médio longo prazo mas apostamos primeiro que tudo na qualidade, e apostando na qualidade, de certeza que conseguimos tirar partido mais tarde.”
Estar ao serviço da Região é também garantir protocolos com seguradoras e Sistemas de Saúde, afirma Luís Miguel Farinhas.
“Nós temos que ter abertura suficiente para procurar todo o tipo de mercados. O que as pessoas procuram neste momento num hospital privado é a questão das seguradoras. Nós vamos ter acordo com as seguradoras principais, tendo já fechado acordo com a ADSE.”
Previstas estão também convenções com o Serviço Regional de Saúde.
“Achamos também muito importante, dispormos os serviços para isso, apenas não será, é tudo ao mesmo tempo. As convenções por exemplo, por uma questão burocrática, poderá só começar por volta do dia 15 de Março.”
O objetivo é complementar o Serviço Púbico. Admite Isabel Cássio, Diretora Clínica do HIA.
“Aquilo que vai tentar oferecer é diferenciação, trazer algumas especialidades e técnicas que ainda não se praticavam na Região e que obrigavam os doentes a deslocarem-se ao Continente e por outro lado, ter uma oferta mais diferenciada e mais rápida em relação àquilo que é a procura de cuidados de saúde nos Açores.”
Para isso, contam com a colaboração de médicos do continente e também açorianos, sem qualquer competição com o Serviço Regional de Saúde.
“Tivemos imenso cuidado, não só na área médica mas também noutras áreas de saúde, em não ser competitivos com o Serviço Regional de Saúde. Os médicos vão trabalhar aqui complementando com aquilo que já fazem no Serviço Regional de Saúde, e temos também médicos que vêm do continente nomeadamente nas especialidades mais carenciadas e que vão trazer uma nova oferta diferenciada. Estamos a falar da cirurgia cardíaca, que não existia na Região, algumas técnicas de oftalmologia e neurocirurgia.” Explica Isabel Cássio à RTP Açores.
A medicina estética é outra novidade com a cirurgia plástica e reconstrutiva a estar pela primeira vez disponível na Região mas não só, também ao nível da imagiologia, a oferta será diferenciada.
Ainda com os últimos preparativos para a abertura, o HIA vai ter diferentes circuitos internos para não haver cruzamentos de áreas. Para isso são quatro as entradas disponibilizadas: uma para as consultas externas, outra para o serviço permanente, outra para os exames complementares de diagnóstico e outra dedicada a medicina física e de reabilitação.
A abertura aconteceu dia 1 de Março com as consultas externas, até dia 15, está previsto o arranque da restante atividade como o bloco operatório, o atendimento permanente e todos os meios complementares de diagnóstico.
Imagem: construir.pt
RTP Açores/RL Açores