Proibição de pesca para defesa da sustentabilidade das espécies só com compensação económica

O Bloco de Esquerda só aceita a implementação de períodos de interdição de pesca – com o objetivo de garantir a sustentabilidade da pesca nos Açores – se houver uma compensação económica aos pescadores. A ideia foi defendida esta terça-feira pela coordenadora do Bloco de Esquerda Açores, Lúcia Arruda, após reunião com a Cooperativa Porto de Abrigo.

A sustentabilidade das espécies de peixes com maior valor comercial está ameaçada. Por isso, é urgente tomar medidas no sentido reduzir o esforço de pesca, mas essa redução das capturas não pode ser feita à custa de impedir os pescadores de exercer a sua profissão sem que seja garantida uma compensação financeira.

Uma compensação que deve ser garantida pelo Fundo Europeu para as Pescas e pelo Orçamento Regional. “A Região tem que assumir a sua responsabilidade na má gestão que tem sido feita ao longo dos últimos anos”, disse a coordenadora do BE.

“A pior forma de fazer pedagogia no sentido de garantir a sustentabilidade das espécies, é obrigar os pescadores a parar de trabalhar, sem lhes atribuir uma compensação. Não se pode esquecer que este é a sua única fonte de rendimentos”, salientou Lúcia Arruda, garantindo que o BE não vai aceitar que o Governo Regional o volte a fazer.

A dirigente do BE manifestou apoio à implementação de um plano de gestão para a sustentabilidade da pesca que respeite os pescadores, lembrando que, embora este seja um problema cientificamente identificado desde os anos 90 pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, até hoje, o Governo Regional não mostrou vontade para o resolver.

GI BE Açores/RL Açores

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