Projeto dos manuais digitais com avaliação positiva

Os primeiros meses de implementação dos manuais digitais nas escolas dos Açores foram classificados como “muito positivos”, numa avaliação feita pelos professores responsáveis pelo projeto em cada unidade orgânica.

A Secretária Regional da Educação e dos Assuntos Culturais, Sofia Ribeiro, considerou que o projeto foi “bastante exigente” para toda a comunidade educativa.

“A passagem do manual em papel para o manual digital, com atividades mais dinâmicas, mais intuitivas e uma interação em tempo real, trouxe, aos alunos e aos docentes, novas realidades no processo de ensino e de aprendizagem. Para os primeiros, a possibilidade de carregarem menos peso, ao mesmo tempo que aumentavam as ferramentas úteis ao seu processo de construção do conhecimento; para os segundos uma perceção mais apurada do processo evolutivo dos alunos e a possibilidade de diversificar processos e formas de fomentar aquilo que é ensinado e percecionado”, frisou a titular da pasta da Educação.

A governante considerou o processo “disruptivo”, uma vez que “as escolas tiveram de se adaptar a novos processos”, havendo necessidade de “restruturar redes de comunicação”.

E acrescentou: “os docentes sentiram a necessidade de desenvolver novas estratégias dentro da sala de aula, os alunos tiveram de adquirir novas competências digitais e adaptarem-se a um diferente método de estudo” e os encarregados de educação tiveram de “compreender a mudança”. 

Na sequência das sugestões apresentadas, a governante adiantou que o modelo formativo “terá de ser definido de forma a garantir momentos de consolidação de conhecimentos e esclarecimentos de dúvidas que, naturalmente, vão surgindo com a utilização diária dos manuais digitais, impossíveis de prever no início do ano letivo”.

Quanto ao nível de segurança dos equipamentos, apesar de considerado “adequado” pela maioria dos responsáveis pelo projeto, Sofia Ribeiro esclareceu que “têm surgido algumas reclamações relativamente ao facto de não permitirem pesquisas fora da rede de internet das escolas, sendo apenas permitido o acesso às plataformas dos manuais digitais”. 

“Alguns docentes e encarregados de educação referiram que há alunos que não tinham equipamento informático e, agora, com os manuais digitais, podem, finalmente, ter essa possibilidade, que lhes permitiria realizar pesquisas, reunir online com outros colegas ou utilizar ferramentas online para realização de tarefas e trabalhos”, explicou.

A análise feita com os professores responsáveis pelo projeto em cada escola será debatida no próximo Conselho Coordenador do Sistema Educativo, a acontecer durante o primeiro semestre de 2023.