Foi com bastante preocupação que o PS Calheta tomou conhecimento de aparentes movimentações que poderão ter como finalidade o encerramento do serviço de internamento no Centro de Saúde da Calheta. De acordo com um comunicado enviado às redações pela estrutura concelhia do PS, a ideia é que o internamento de utentes de toda a ilha passe a ser realizado no Centro de Saúde de Velas, transformando o Centro de Saúde da Calheta numa unidade de cuidados continuados, “numa camuflada e aparente intenção de esvaziamento de serviços neste Centro de Saúde, algo de que já se suspeita há algum tempo”.
O PS Calheta adianta no mesmo comunicado que caso tal seja verdade, a sua preocupação prende-se com o facto de qualquer internamento de utentes do concelho da Calheta vir a ser realizado no Centro de Saúde de Velas, “com todos os transtornos que isso implica, nomeadamente, a eventual necessidade de transporte de utentes debilitados e fragilizados entre a Calheta e as Velas, para posterior internamento, a distância necessária percorrer para visitar familiares e amigos internados (por exemplo, para pessoas da zona de Santo Antão e do Topo, estamos a falar de cerca de 100km), ou até a possível necessidade de mobilização para o Centro de Saúde de Velas de recursos humanos que atualmente estão afetos ao Centro de Saúde da Calheta, ou até mesmo a extinção dos seus postos de trabalho, com todo o impacto que isso terá na vida destes profissionais”.
A estrutura concelhia socialista afirma ainda ser “com muita estranheza que assiste a esta aparente tentativa de esvaziamento de serviços do Centro de Saúde da Calheta”, uma vez que esta unidade de saúde, além de ser propriedade da Região Autónoma dos Açores, ao contrário do Centro de Saúde de Velas, “é claramente a que está geograficamente mais bem localizada, a vários níveis, o que deverá merecer a melhor atenção de todos”.
Além disso, o PS Calheta mostra ainda admiração pelo facto de o Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge, normalmente constituído por três elementos, continuar apenas com dois elementos, há cerca de dois anos, segundo afirmam os socialistas. A estrutura concelhia adianta, assim, que continua a não haver qualquer representante do concelho da Calheta neste órgão, “ficando a ideia de alguma desconsideração pela população do nosso concelho, reiterada e perpetuada no tempo”.
Os socialistas questionam mesmo se isto será apenas “um grave descuido ou uma tentativa rebuscada de manter em segredo estas aparentes movimentações”.
O PS Calheta vai ainda mais longe e questiona no comunicado enviado se o que se segue será o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente, habitualmente denominado por Serviço de Urgência, no Centro de Saúde da Calheta, não querendo, contudo, acreditar nisso.
Estando consciente que poderá vir a ser chamado de alarmista perante tais preocupações, os socialistas consideram que “tendo em conta estas aparentes e alegadas movimentações, é urgente um esclarecimento que clarifique quais são as reais intenções para o futuro do Centro de Saúde da Calheta e o que se pode esperar quanto aos cuidados de saúde nele prestados”.
PS Calheta/RL Açores