
A RL Açores apurou junto de fonte próxima que os funcionários da escola profissional de São Jorge receberam recentemente três meses de salários em atraso mas que estava em falta ainda um dos salários, estando também previstos despedimentos.
Contactado pela RL Açores, Luís Silveira, presidente do Município das Velas, confirmou a situação, dizendo que “efetivamente existe um mês de salários em atraso mas que se tudo correr conforme está previsto muito em breve será regularizado”.
O autarca fez saber que há um grupo de trabalho responsável pela reestruturação da escola, constituído pelo presidente do conselho executivo da ADISJ, pela diretora financeira, a diretora pedagógica e também por um representante do pessoal docente bem como do pessoal não docente da escola.
Este grupo vai trabalhar “no sentido de reestruturar a escola, de forma a que ela se torne sustentável”, explicou o presidente do município, esclarecendo ainda que quando se fala em reestruturação e em tornar a escola sustentável “é óbvio que isso pode implicar alguns despedimentos”, uma vez que “a escola está sobredimensionada, porque tem um nível de despesa de mais do dobro do que é a sua receita atual.”
De acordo com o autarca, o problema prende-se com a efectivação de funcionários que se fez quando a escola tinha uma maior oferta formativa. No entanto, essa oferta formativa diminuiu consideravelmente e uma vez que “a receita da escola provém essencialmente do Fundo Social Europeu” e este “só paga à escola aquilo que é o número de alunos e dos cursos que tem”, a receita da escola é muito inferior àquilo que é a sua despesa real, explicou Luís Silveira.
“Nós não podemos continuar a aumentar a divida da escola e, portanto, essa reestruturação passa por tornar a escola sustentável e isso pode eventualmente implicar redução nos seus quadros de pessoal entre muitas outras despesas que nem têm só a ver com pessoal”, afirmou o presidente do município velense.
Luís Silveira diz perceber que haja alguma especulação sobre este assunto e salientou que a escola profissional tem vindo a melhorar substancialmente o seu nível de formação e que “não está em causa o encerramento daquela unidade orgânica de ensino”.
Liliana Andrade/RL Açores