Registados dois eventos sísmicos de origem híbrida em São Jorge, o que significa “movimentação de fluidos em profundidade”, explica Fátima Viveiros do CIVISA (c/áudio)

Esta terça-feira voltou a registar-se um aumento da sismicidade na ilha de São Jorge, em comparação com o dia anterior em que os números tinham diminuído, e houve registo de dois eventos com características híbridas. A informação foi avançada por Fátima Viveiros, a coordenadora de operações do CIVISA em São Jorge.

De acordo com Fátima Viveiros, “tratam-se de eventos híbridos ou Vulcano-tectónicos”, isto é, “um sismo que resulta de uma fusão de um evento puramente tectónico, ou seja, de altas frequências, seguido de frequências mais baixas, o que sugere movimentação de fluidos em profundidade”.

Esta situação agora descrita por Fátima Viveiros vem, segundo a investigadora, “corroborar que isto era o esperado pelo facto de estarmos no nível V4” (ameaça de erupção vulcânica), garantindo que o surgimento destes eventos não vem alterar em nada os cenários e tudo que foi dito até ao momento.

Para a coordenadora de operações do CIVISA na ilha de São Jorge, neste nível de alerta em que a ilha se encontra “estes eventos são normais de esperar e associados aos sistemas vulcanicamente ativos com sismicidade”, como é o caso do que se verifica na ilha de São Jorge.

Já quanto à profundidade, Fátima Viveiros explicou que, devido às características específicas destes eventos, “a sua profundidade é mais suscetível de erro e é muito mais incerta”, sendo que o essencial é identificar estes eventos e reconhecer que passaram a existir.

A responsável pelas operações reforçou que este é um “padrão expectável” no nível de alerta V4 e que as equipas do CIVISA continuam no terreno a monitorizar toda a situação.

Desde o dia 19 de março que a ilha de São Jorge atravessa uma crise sismo-vulcânica, sendo que até esta quarta-feira de manhã se registaram 27.626 sismos.

 

 

 

RL Açores