São Jorge ultrapassa os 28 mil sismos desde o início da crise sismovulcânica, continuando a registar-se sismicidade na Ponta dos Rosais (c/áudio)

A ilha de São Jorge ultrapassou esta sexta-feira a marca dos 28 mil sismos registados desde o início desta crise sismovulcânica a 19 de março. A informação foi avançada por Rui Marques, o presidente do CIVISA, após o briefing diário.

Rui Marques acrescentou também que continua a registar-se sismicidade na Ponta dos Rosais, sendo que só hoje já foram registados mais três sismos naquela zona, totalizando 23 sismos naquele setor.

De acordo com o presidente do CIVISA, é de salientar que as profundidades hipocentrais dos sismos registados na Ponta dos Rosais são todas inferiores a 5km.

Questionado sobre a relação entre a sismicidade no sistema fissural vulcânico de Manadas e a sismicidade na Ponta dos Rosais, Rui Marques diz que “certamente existe uma relação entre a sismicidade que está localizada mais no setor central da ilha de São Jorge e a sismicidade na Ponta dos Rosais”, uma vez que “estas estruturas que dominam a ilha de São Jorge (…) são estruturas que se prolongam até à Ponta dos Rosais”.

De acordo com o responsável do CIVISA, “poderá estar a haver uma acumulação de tensão junto à Ponta dos Rosais que vai acumulando ao longo do tempo”, que neste momento está a causar alguma sismicidade “fruto da acumulação dessa energia”.

Rui Marques apelou ainda às pessoas para que não associem que há uma migração da sismicidade para a Ponta dos Rosais, havendo sim uma nova zona com libertação de energia, excluindo, para já, a questão da migração.

Outro dos apelos que o presidente do CIVISA deixou foi para que a população não considere que “está a haver uma subida dos sismos para a superfície”, devido às profundidades hipocentrais serem inferiores a 5km, uma vez que “a sismicidade na Ponta dos Rosais tem-se caracterizado desde o início por profundidades menores, sempre inferiores a 5km”.

A grande preocupação do CIVISA é, neste caso da Ponta dos Rosais, pelo facto de a sismicidade ser mais superficial, alguns sismos de maior magnitude poderem causar alguns movimentos de vertente em falésias, daí também estar acautelada a proibição de passagem para lá do Miradouro da Vigia da Baleia.

De salientar que, também de acordo com o CIVISA, não houve mais nenhum registo de sismos híbridos na ilha depois dos dois que se registaram na quarta-feira.

 

 

RL Açores

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