Eram 59 propostas a votação, 23 das quais da ilha de São Jorge. Na revelação das propostas vencedoras, foram três as ideias jorgenses mais votadas, integrando, por isso, o primeiro Orçamento Participativo dos Açores.
Na área do Turismo venceu a proposta “Informação Turística através de um Código QR”, na área da Juventude (Cidadania) foi eleita a ideia “Music’Arte”, e na área da Inclusão Social venceu a proposta “Deficiência: Direitos e Desafios”.
No que diz respeito à ideia vencedora na área do Turismo “Informação Turística através de um Código QR”, esta tem um valor de 34.600 Euros. Esta proposta pretende implementar a utilização de códigos QR de forma a fornecer informação sobre pontos de interesse turístico na ilha de São Jorge.
Os códigos QR serão colocados em local visível perto de locais de interesse paisagístico ou arquitetónico, bastando ao utilizador apontar para o código e, através da App Visitazores, aceder à informação disponibilizada que estará assim acessível por smartphone ou tablet.
A informação sobre locais, edifícios, museus, estruturas, monumentos, etc. encontra-se já disponível em várias línguas na plataforma Visitazores (site e App) e será, no âmbito desta proposta, revista, atualizada, traduzida para mais línguas e complementada com novas imagens e com a descrição do local e uma breve referência histórica que permita ao utilizador ter uma perspetiva temporal e cultural do local visitado.
Já na área da Juventude (Cidadania) com a escolha da ideia “Music’Arte”, no valor de 10.200,00 €, o objetivo é criar um conjunto de workshops musicais e de canto com professores específicos para que se possam aperfeiçoar os diferentes instrumentos musicais e de canto. Estes workshops permitiriam aumentar a capacidade de formação e um investimento importante para a inclusão social dos jovens, como alternativa ao desporto e valorização de cultura jorgense.
Numa ilha onde a música faz parte integrante da cultura, faz falta o aperfeiçoamento pois nenhuma entidade tem capacidade financeira para criar uma academia de aperfeiçoamento musical e de canto. As filarmónicas desesperam com falta de professores de música. Os grupos corais não conseguem evoluir por falta de aconselhamento específico e muitos “talentos” ficam por aproveitar por falta de pessoal especializado, tal como se pode ler na descrição do projeto.
No que diz respeito à ideia “Deficiência: Direitos e Desafios”, no valor de 10 mil euros, a intenção é a realização de um encontro na Ilha de São Jorge, dirigido a profissionais das áreas da solidariedade e da educação com intervenção na área da deficiência. Com a sua realização pretende-se aprofundar o conhecimento sobre a temática e os desafios que se colocam às instituições e profissionais em termos de intervenção, à luz de um quadro de direitos; contribuir para a definição de estratégias de intervenção que conduzam a intervenções diferenciadas; aprofundar a relação entre as instituições com intervenção na área da deficiência e a escola, considerando que nos últimos anos se tem registado um aumento da frequência de respostas da área da deficiência por jovens em consequência do alargamento da escolaridade obrigatória e das dificuldades registadas ao nível da sua inserção laboral após a conclusão do percurso escolar.
Pode ainda ler-se na descrição do projeto que a realização dos direitos da pessoa com deficiência supõe o acesso a oportunidades que apoiem o desenvolvimento das suas capacidades, condição fundamental para a sua integração na sociedade. A abordagem da deficiência centrada nos direitos e nas dimensões sociais, apesar de recente, teve impactos importantes ao nível do reforço do apoio à deficiência. Ainda assim, persistem algumas dificuldades que condicionam o exercício dos direitos de cidadania e o acesso a uma vida autónoma, por parte das pessoas com deficiência. A intervenção no domínio da deficiência abrange pessoas com características muito diversas, o que significa que o seu sucesso depende da sua capacidade em prover abordagens diferenciadas, definidas em função das potencialidades e necessidades de cada um dos seus destinatários.
Recorde-se que da ilha de São Jorge eram 23 as propostas a votação para integrar o primeiro Orçamento Participativo dos Açores, sendo que estas três foram as mais votadas.
LA/RL Açores/OP Açores