
Foi declarado pela Assembleia Legislativa Regional dos Açores, depois do empenho de várias entidades, a 2 de outubro, oficialmente a região celebra o Dia da Viola da Terra. Atividades acontecem por todo o arquipélago a marcar o instrumento tradicional mais significativo, a viola de arame dos Açores, a viola dos dois corações.
MiratecArts investiu em textos sobre a viola, publicados na revista que acompanha a programação da décima edição do Festival Cordas. “Teorias, recordações e desafios são apresentados,” disse Terry Costa na abertura do festival, na Biblioteca Auditório da Madalena, na ilha do Pico. “São palavras de Manuel Goulart Serpa, Maria Antónia Fraga, Nuno Cristo e Rafael Carvalho, que ecoam memórias e nos fazem querer pesquisar mais sobre este mundo da viola.” Os textos também fazem parte da exposição, patente durante o festival, visitável nas horas do expediente e ainda durante os concertos no Cordas. Pinturas por Carlos Farinha e Andreia Sousa também dão as boas vindas a quem visita o epicentro do festival, enquanto, como montra principal, está o trabalho produzido pelo Museu Municipal da Ribeira Grande, em parceria com a Direção Regional da Cultura, “Viola da Saudade”.
Destacando a Viola da Terra, enquanto elemento da cultura açoriana, homenageia o mestre Miguel de Braga Pimentel. Natural da freguesia da Maia, concelho da Ribeira Grande, é reconhecido pelo seu contributo inestimável na transmissão e ensino do instrumento tradicional. A exposição insere-se no âmbito da candidatura dos Saberes e Práticas da Viola da Terra ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, com o objetivo de, futuramente, alcançar o reconhecimento das Violas de Arame espalhadas pelo mundo lusófono como Património Cultural Imaterial da Humanidade. Para apresentar o progresso da candidatura ao INPCI esteve presente o historiador Wellington Nascimento.
Acompanhado pelo presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, Luís Garcia, o diretor artístico da MiratecArts, Terry Costa, homenageou os tocadores da Viola da Terra no Pico, destacando Manuel “Belo” Martins, Manuel “Canarinho” Ermelindo da Silva, Manuel Laurindo Melo Cardoso, José Ermelindo da Silva e Fernando Goulart, “os nossos setentões”, depois de há uns anos ter homenageado os de mais de 80 anos de idade, Manuel Horácio Sousa André e Manuel Paulino Dias, este tendo falecido em 2025.
RL/MA