Parlamento dos Açores rejeita proposta do PS para compensar prejuízos na agricultura

O parlamento açoriano rejeitou quarta-feira um projeto de resolução socialista para atribuição de apoio extraordinário aos agricultores por prejuízos de fenómenos climáticos e pragas, com o PSD a dizer que a iniciativa prova um PS “desorientado”.

O projeto de resolução apresentado pelo PS para atribuição de um apoio extraordinário aos agricultores dos Açores para compensação dos prejuízos decorrentes de fenómenos climáticos adversos e de pragas, que causaram quebras de produção em diversas culturas, foi rejeitado com votos contra do PSD (23), Chega (cinco), CDS-PP (dois), PPM (um), IL (um) e PAN (um) e votos a favor do PS (23) e do BE (um).

Durante o debate, a deputada socialista Patrícia Miranda apontou que na região estão apoios por pagar aos agricultores.

“Não basta anunciar as portarias, não basta dizer que se vai pagar, porque, de facto, o mais importante é pagar. E os apoios não estão pagos”, disse.

A parlamentar socialista deu alguns exemplos como o apoio do suplemento dos abates que “está por pagar há 1.500 dias” e os pagamentos dos prejuízos causados pela depressão Óscar que são aguardados “há mais de 590 dias”.

O parlamentar Paulo Silveira (PSD) respondeu que o partido tem estado perto das necessidades dos agricultores açorianos e salientou que o trabalho desenvolvido pelo executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM “fala por si”.

Entre outras medidas, lembrou que foram lançadas linhas de apoio e o governo, devido ao inverno rigoroso, apoiou a compra de material fibroso para atribuição aos produtores pecuários, no valor de 1,7 milhões de euros.

Por sua vez, Catarina Cabeceiras (CDS-PP) recordou que a matéria tem sido abordada por diversas vezes no parlamento e o executivo regional está a implementar medidas para fazer face às situações que ocorrem devido às alterações climáticas.

A iniciativa socialista, acrescentou, não tem “nada de novo” e partiu de um princípio que é “ignorar todo o trabalho” que tem sido feito pelo Governo Regional relativamente às ocorrências identificadas em diversas ocasiões e ilhas e o “caminho que tem sido trilhado”, com a criação de medidas extraordinárias.